Uma narrativa que mergulha no cerne das tradições europeias e na essência dos contos populares, “Errementari: O Ferreiro e o Diabo” é um filme que transcende o convencional, transformando 98 minutos em uma experiência cinematográfica inesquecível.
A história da humanidade, enraizada no Velho Mundo, foi moldada pela busca incessante por novas fronteiras e conhecimento. Foi nesse cenário que se desenvolveram os alicerces da cultura ocidental, florescendo em universidades centenárias como a de Coimbra, em Portugal, e preservada pela tradição oral transmitida de geração em geração.
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Baseado no lendário conto dos Irmãos Grimm, aliado à influência de José Miguel Barandiaran, “Errementari” é a visão do diretor basco Paul Urkijo Alijo sobre a astúcia humana e os pactos sobrenaturais. Lançado em 2017, o filme ressoa com elementos de contos de fadas, realismo mágico e uma abordagem singular do macabro dentro de uma narrativa aparentemente inocente.
A trama se desenrola em meio à convulsão da Primeira Guerra Carlista, onde Patxi, interpretado por Kandido Uranga, é um ferreiro capturado que, por meio de um acordo com um demônio, escapa da morte e retorna à guerra após anos. O enredo se adensa com a busca de Alfredo Ortiz, interpretado por Ramon Agirre, por Patxi, envolto em mistério e suspeitas de possuir uma fortuna em ouro.
O verdadeiro desdobramento da história acontece com a entrada de Usue, interpretada por Uma Bracaglia, uma órfã em busca de respostas sobre a morte da mãe. Ao adentrar a moradia do ferreiro, Usue se depara com uma realidade perturbadora, desencadeando uma série de eventos imprevisíveis.
“Errementari: O Ferreiro e o Diabo” transborda cuidado e profundidade, imergindo o espectador em um universo de violência e lirismo característicos dos contos fantásticos europeus. A obra destaca-se pela sua semelhança com grandes produções do gênero, como “O Labirinto do Fauno” de Guillermo del Toro e filmes de Tim Burton, explorando o estranho, o gótico e a ambientação histórica com maestria.
Alijo, em sua obra, homenageia nomes como Edvard Munch, Edgar Allan Poe e Steven Spielberg, consolidando-se como um talento no cenário cinematográfico espanhol. O filme, gestado por sete anos, reflete não apenas a maestria técnica do diretor, mas também sua imersão nos tempos sombrios aliados à força dos sonhos.
“Errementari: O Ferreiro e o Diabo” não é apenas um filme; é uma jornada pela dualidade humana, pelos recantos mais obscuros da história, onde o público é convidado a embarcar e se deixar envolver pela trama sem resistência.
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Fonte: Boca do Inferno