Você deve ter visto hoje, nas redes sociais, algum chamado como “protejam o padre”. É que a Câmara de Vereadores de São Paulo deve votar, na retomada dos trabalhos legislativos, a instauração da CPI das ONGs. A Comissão foi idealizada e proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União), e pretende investigar a atuação dessas instituições na região central da capital paulista, em especial na Cracolândia. Um dos alvos do parlamentar, isso de longa data, é o padre Júlio Lancellotti, reconhecido por coordenar a Pastoral do Povo de Rua.
Segundo o vereador: “O padre não consta no quadro diretivo de nenhuma, mas ele atua como ‘frente’ dessas ONGs. Na verdade, é aquela velha história: ele utiliza de ‘testas’ para se ocultar dentro delas, mas ele responde enquanto figura individual, pessoa física, e vai ser chamado para prestar esclarecimentos”.
O partido de Rubinho vai apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) para prefeito da cidade. Pesquisa Atlas divulgada no domingo (31) aponta que Boulos lidera a corrida com 29,5% das intenções de voto. Nunes aparece em segundo lugar, com 18%.
Como poderá ocorrer a instauração da CPI
Rubinho protocolizou o pedido de instauração ainda em dezembro, com assinatura de 24 vereadores. Agora, segundo o regimento interno da Câmara de Vereadores, ele precisa do apoio da maioria absoluta do plenário para instaurar a Comissão.
O padre Júlio Lancellotti, pároco da Igreja São Miguel Arcanjo e coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, afirmou que reconhece a legitimidade da criação de uma CPI, mas destacou que as atividades da Pastoral de Rua não estão vinculadas a ONGs.
“A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de Sâo Paulo, que, por sua vez, não se encontra vinculada de nenhuma forma as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI”, disse em nota.
A novas empreitada do vereador contra o padre Júlio, neste primeiro momento, teve um efeito reverso. O padre esteve alta nas redes sociais e sua defesa foi abraçada por milhares de pessoas nas redes sociais. No X (antigo Twitter), até as 17h desta quarta-feira (03), ele era citado em mais de 70 mil posts.
Há muito acompanhamos o trabalho do padre Júlio e nós, da Revista Pazes, fazemos coro aos seus defensores. “Protejam o padre!!”, seu trabalho é exemplo do verdadeiro espírito cristão e de um senso humanitário inquestionável.
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