A foto de capa me fez lembrar de uma visita que fiz, em 2017, ao Aquário de São Paulo. Nada mais angustiante que ver os ursos polares que ali se encontravam andando de um lado para o outro, com semblante angustiado e triste.
Era evidente a consternação do animal. Era evidente que definhava dia após dia fora do seu habittat. Minha filha, ainda adolescente, ficou olhando os ursos em silêncio, numa atitude de respeito e admiração. Talvez também vergonha da nossa espécie. Depois de alguns minutos em que o vexame nos calou, ela disse: O que estamos fazendo aqui, mãe? Vamos embora!
Saimos do Aquário com um choro entalado na garganta.
Hoje deparei-me com o vídeo no qual um urso polar, deitado no chão de um zoológico (Utah, Estados Unidos) reúne seguidas vezes o gelo que rapidamente derretia… Sua tristeza, não sei se reflexo da minha, pareceu-me clara e quase humana.
Nas redes sociais, alguns internautas dividiam opiniões quanto ao estado de ânimo do animal. A grande maioria viu o que vi: um ser em sofrimento por estar distante do seu habitat. Outros, contudo, asseveravam que o animal estivesse apenas brincando e que sua espécie é de fácil adaptação a qualquer clima.
Creio que, mesmo no tempo em que não tínhamos acesso a vídeos e a fotografias dos animais de vida selvagem, já era um ato questionável aprisionar esses seres para entretenimento humano. Com o advento da tecnologia, quando podemos ver, mesmo em tempo real, se quisermos, os animais em seu habitat, não faz qualquer sentido mantê-los aprisionado.
Minha filha e eu nos arrependemos da visita ao aquário acima mencionado, pois é como se fomentássemos o encarceramento dos animais, pagando ingresso para vê-los. A vida é assim: vamos aprendendo na medida que vivenciamos situações e refletimos sobre as suas causas e consequências.
Fiquei com pena desse animal e também de nós, animais pseudo racionais que o encarceramos. Veja o vídeo e deixe abaixo a sua opinião.
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