Aos 2 anos de idade, Maria Clara foi diagnosticada com retinoblastoma – o mesmo câncer raro que acometeu os olhos de Lua, filha de Tiago Leifert e Daiana Garbin.
Hoje, aos 12 anos, a menina está livre da doença.
Maria Clara vive com os pais em Itatiba (SP), onde estuda e brinca com absoluta qualidade de via, como qualquer outra criança de sua idade.
Anos atrás, foi o pai, o professor de Educação Fisica João Paulo Ama, 42, que notou o primeiro sintoma da doença. “Comecei a ver um reflexo branco no olho esquerdo dela, na bolinha de dentro do olho”, lembrou.
Dias depois, ele a levou para uma consulta no oftalmologista. “Ele examinou, disse que ela não tinha nada e disse que podíamos voltar para casa. Então, resolvemos buscar uma segunda opinião. Foi quando uma outra oftalmologista fez o exame de fundo de olho, diagnosticou o retinoblastoma e nos encaminhou para o hospital especializado”, contou ele. O diagnóstico veio em agosto de 2012.
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Para enfrentar o câncer, os pais de Maria Clara optaram pelo tratamento intra-arterial, o mesmo realizado em Lua.
“O retinoblastoma da Maria estava bem avançado. O tumor estava bem grandinho e era unilateral, ou seja, só no olho esquerdo. Nós optamos por esse tratamento por causa dos resultados e porque não era invasivo. Não caía o cabelo e apenas baixava um pouco a imunidade da criança. Além disso, se ela tentasse fazer a quimioterapia normal — isto é, sistêmica — aqui no Brasil e não desse certo, diminuiria a eficácia da intra-arterial. Então, optamos por fazer direito a intra-arterial lá nos Estados Unidos”, explicou a mãe, a design de Interiores Livia Minutti, 36 anos.
O tratamento se inicia com uma incisão na virilha da criança. “Por ali, insere-se um catéter e ele vai até a artéria que irriga o olho e lá coloca-se a quimioterapia. Foram 6 meses de tratamento e depois mais um ano de acompanhamento intenso”, disse o pai.
“É a mesma quimioterapia que a Lua está fazendo, mas, na época em que nossa filha fez, ainda era um tratamento muito novo no Brasil. Estava recém começando. Então, por isso, optamos por ir para Nova York, pois lá a equipe tinha experiência de sete anos com esse tratamento”, acrescentou a mãe.
A menina ficava até 7 horas no hospital, com alta hospitalar no mesmo dia. “Como não era invasivo, ela reagiu bem”, garantiu o pai.
Segundo a família, Maria Clara pouco se recorda dessa época, ao contrário dos seus pais. “Quando penso no tratamento, lembro que sentimos muito medo, insegurança, mesmo com confiança na equipe médica. Ela era muito pequena ainda, estávamos em outro país, não falávamos inglês… Então, foi muito apreensivo. Fora a parte financeira, pois o tratamento não era barato. O valor era altíssimo e em dólar. O hospital só atendia após o depósito. Mas, graças a Deus, com a ajuda da família, conseguimos”, contou João Paulo.
Ao final do tratamento, a menina ainda fez fisioterapia ocular. “Foi extremamente importante para estimular o olho tratado. Ela fez cinco quimioterapias intra-arteriais e três crioterapia, que é o congelamento do tumor”, lembrou a mãe.
“Maria Clara, hoje, está superbem. Ela completou 12 anos e está curada. Faz apenas acompanhamento uma vez por ano, com mapeamento da retina e exame de fundo de olho”, afirmou o pai. Apesar disso, a menina ficou com sequelas da doença. “Ela tem baixa visão no olho esquerdo. Consegue enxergar mais pela visão periférica”, completou.
Por fim, Livia fez questão de deixar um recado para os pais que estão enfrentando essa batalha: “Eu diria para as famílias que estão passando por isso para terem muita fé e esperança. Esse momento será uma lição para a vida toda”.
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Fonte: Crescer
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