Papa Francisco pediu esperança e unidade para superar a provação da pandemia do coronavírus.
Em uma breve entrevista ao jornal La Stampa, afirma que nós devemos olhar uns ao outros com “um sentimento de solidariedade”.
Ele reconhece que, depois que tudo isso passar, será “um pouco como um período pós-guerra” e teremos que reconstruir a sociedade.
O Santo Padre convida a viver este tempo de preparação para a Páscoa recordando que a vida tem momentos sombrios para todos e fazer disso um motivo de solidariedade. “Achamos que pode acontecer apenas com os outros”, mas a atual crise nos mostra que não é assim.
O Papa Francisco afirma que agora é hora de clamar ao Senhor, como Pedro e os Apóstolos fizeram quando sentiram que poderiam se afogar. “Em uma situação difícil, desesperadora, é importante saber que existe o Senhor para se agarrar.”
Deus nos apoia de várias maneiras. Deus nos dá força e proximidade; da mesma maneira que Ele fez com os discípulos que pediram ajuda na tempestade. Ou quando Ele deu estendeu a mão para Pedro, que estava se afogando.
Questionado sobre como os não-crentes podem encontrar esse consolo, o Santo Padre disse que, neste caso, não há que se separar crentes de não-crentes, já que, como seres humanos, estamos todos no mesmo barco.
Aqui choramos porque sofremos. Todos nós. O que nos ajuda é a sinergia, a colaboração mútua, o senso de responsabilidade e o espírito de sacrifício vindo de muitos lugares. Não precisamos fazer uma distinção entre crentes e não crentes; vamos à raiz: a humanidade. Diante de Deus somos todos filhos.
O Papa disse que está ouvindo as histórias de como as despedidas finais estão sendo feitas por meio de telefones celulares de enfermeiros e médicos, já que os membros da família não podem estar com pacientes que estão morrendo.
Ele disse que agradece a esses profissionais de saúde que, “apesar de seu cansaço extremo, ainda se dedicam com paciência e bondade de coração a compensar a ausência forçada das famílias dos pacientes”.
Francisco também adverte sobre o lado positivo da pandemia: que estamos sendo lembrados de que toda a humanidade é uma família, uma comunidade.
E quão importante e decisiva é a irmandade universal. Temos que pensar que será um pouco como um período pós-guerra. Não haverá mais ‘o outro’, mas seremos ‘nós’. Porque só podemos sair dessa situação juntos.
“Teremos que olhar ainda mais para as raízes: os avós, os idosos. Construir uma verdadeira irmandade entre todos nós. E seguir em frente com esperança, que nunca desilude. Essas serão as palavras-chave para recomeçar: raízes, memória, fraternidade e esperança”, disse o Papa.
Fonte Aleteia
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