Publicado originalmente em Portal Raízes
A vida das abelhas é crucial para o planeta e para o equilíbrio dos ecossistemas, já que, na busca do pólen, sua refeição, estes insetos polinizam plantações de frutas, legumes e grãos. Esta polinização é indispensável, pois é através dela que cerca de 80% das plantas se reproduzem.
Como alertava *Einstein “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana”. (citada no livro Não deixem morrer as abelhas, página 25)
Assim, as abelhas afetam a nossa vida diariamente sem que nós nos apercebamos disso. A nível alimentar, aproximadamente dois terços dos alimentos que ingerimos são produzidos com a ajuda da polinização das abelhas. Desta forma, o biólogo Jasen Brito sugere que todos os apicultores devem manter uma colmeia nas suas propriedades, para aumentar a produtividade das culturas tradicionais, como o milho e feijão, garantindo a produção de alimentos que dependem da polinização das abelhas. Este é o reconhecimento de que, sem as abelhas, a segurança alimentar da Humanidade estava ameaçada.
A ciência já descobriu que as abelhas podem estar entrando em extinção por causa do uso indiscriminado de agrotóxicos. Só no Brasil, no último trimestre, meio bilhão de abelhas morreram. Os pesticidas causam a morte das produtoras de mel e seu desaparecimento pode acabar com a humanidade. Graças a isso, não foi uma surpresa quando, há 10 anos, o Royal Geographical Society de Londres declarou as abelhas como seres vivos insubstituíveis, logo, os mais importantes para à vida no planeta.
O anúncio fez parte de uma competição denominada Earthwatch, cuja final foi entre as abelhas e os plânctons. Durante a apresentação, cientistas apresentavam argumentos para defender cada uma das espécies e as pessoas presentes deveriam votar em qual consideravam mais importante.
As abelhas foram defendidas pelo Dr. George McGavin. Ele explicou ao público que 250 mil espécies de flores dependem das abelhas para se reproduzir. Além disso, muitas frutas e vegetais também ganham uma ajudinha delas, que tem impacto em cerca de 90% da produção de alimentos no mundo.
Corrigindo o problema
Existem diversas medidas no sentido de impedir a progressão da extinção das abelhas. Algumas mais radicas, como estão a ser implementadas em Espanha, com o desenvolvimento das “superabelhas”. Outras poderão ser bastante custosas, no entanto esse custo é insignificante quando pensamos nos problemas que a extinção das abelhas pode trazer para todo o planeta e humanidade.
Entre estas medidas, destacam-se o desenvolvimento da agricultura biológica, o controle das doenças das abelhas através do timol (tratamento bastante dispendioso) e a aposta no projeto europeu Bee Doc que pretende desenvolver novas ferramentas de diagnósticos e novas estratégias de prevenção de doenças nas abelhas, bem como criar novos tratamentos que envolvam menos terapia química, e consigam prevenir o Síndrome do Colapso.
Conclusão
Em suma, podemos concluir que as abelhas assumem uma elevada importância na vida de todos os seres vivos do planeta, relativamente ao seu alimento. Assim, a sua extinção iria ter consequências trágicas, não só para a Humanidade, mas para a toda a população do Ecossistema Terra.
PS – *Sobre a assertiva: “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência”, ser de autoria de Einstein, está citada no livro Não deixem morrer as abelhas, página 25, mas ainda assim, não podemos precisar se Einstein realmente disse isso.