Um caso trágico chocou a cidade do Guarujá, no litoral de São Paulo, nesta terça-feira (17). O ex-secretário municipal de Modernização e Transformação Digital, Thiago Felipe de Souza Avanci, tirou a vida da própria mãe e do cachorro da família antes de cometer suicídio.
O episódio aconteceu no mesmo dia em que a polícia iniciou uma investigação envolvendo o nome de Thiago.
De acordo com o boletim de ocorrência, a polícia foi acionada para investigar uma denúncia registrada na Delegacia de Defesa da Mulher do Guarujá, que levou à emissão de mandados de busca e apreensão na residência de Thiago.
O ex-secretário, que também era advogado e professor universitário, havia sido exonerado do cargo poucas horas antes do trágico desfecho.
O irmão de Thiago, Carlos Maurício, foi peça chave no desenrolar do caso. Ele procurou a polícia depois de receber um vídeo gravado por Thiago. No vídeo, a mãe deles, Sueli Nastri de Souza Avanci, aparece ingerindo comprimidos, enquanto conversava com o filho sobre encerrar o sofrimento.
No diálogo, Thiago menciona que já tinha um plano funerário contratado, sugerindo que ambos planejavam tirar a própria vida.
A polícia retornou à residência após tomar conhecimento do vídeo e encontrou a casa fechada, com apenas uma luz acesa no andar superior. Quando conseguiram entrar, encontraram Sueli deitada na cama, já sem vida, com um ferimento de arma de fogo na cabeça.
Ao lado dela estava o cachorro da família, sem sinais de violência, mas a polícia acredita que ele tenha sido envenenado. Thiago foi encontrado no chão, ao lado da cama, com um revólver calibre 38, o mesmo que teria sido usado no crime.
Além da arma, os policiais apreenderam três celulares, uma caixa de munição e outros equipamentos eletrônicos na edícula da casa. A arma estava com a numeração raspada, o que pode dificultar ainda mais as investigações sobre como ela foi adquirida.
A história de Thiago revela uma trajetória acadêmica e profissional impressionante. Ele era doutor em direito político e econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, mestre em direito ambiental pela Universidade Católica de Santos, e atuou como professor em quatro universidades de São Paulo.
Além disso, foi presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB Guarujá.
O caso gerou grande comoção, tanto pela brutalidade dos atos quanto pela inesperada derrocada de um profissional com um histórico de sucesso.
A polícia segue investigando as circunstâncias que levaram a essa tragédia, enquanto a comunidade do Guarujá tenta lidar com o impacto dos eventos.
Posicionamentos
A imprensa buscou a prefeitura de Guarujá (SP) para obter um posicionamento sobre a relação da prefeitura com Thiago. Confira a nota na íntegra:
A Prefeitura de Guarujá informa que Thiago Felipe de Souza Avanci, 39 anos, era advogado e ingressou na Administração Municipal em julho de 2019, como assessor na Secretaria de Coordenação Governamental (Segov), função exercida até janeiro de 2021 e logo após, no mesmo mês, foi nomeado assessor de Assuntos Estratégicos.
Em julho de 2021 foi designado como liquidante da Emurg (Empresa de Urbanização de Guarujá), autarquia pertencente ao Município, onde permaneceu até abril deste ano e, em seguida, nomeado como secretário adjunto de Coordenação Governamental e Assuntos Estratégicos, exonerado em junho, quando assumiu a Secretaria de Modernização e Transformação Digital (Semod). Na última terça-feira (17), Avanci pediu exoneração do cargo, sendo a portaria publicada na edição do Diário Oficial do Município desta quarta-feira (18).
A Prefeitura informa ainda que a equipe do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada às 20h54, chegou ao local às 21h10, e constatou o óbito. A investigação segue sob a responsabilidade da Polícia Civil.
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