Rupturas, luto, depressão, ansiedade: vale a pena iniciar uma terapia online em meio à pandemia?

Iza Junqueira Rezende
De um dia para outro a nossa vida virou de ponta cabeça, fomos impedidos de continuar com as nossas rotinas: ir ao trabalho, levar o filho à escola, finalizar um projeto em andamento, o encontro marcado um dia antes, comprar um pão; que seria algo das simplicidades do dia a dia, sofreu um corte e nos posicionou para um outro modo de lidar com a vida, sob a ameaça do Corona Vírus.

O isolamento social tem causado rupturas dolorosas, no caso dos idosos; privados de verem filhos e netos e a impossibilidade de realizar pequenos afazeres do dia a dia, colocando-os num lugar de desamparo e solidão, o que demanda um cuidado maior dos filhos, em chama-los por vídeo e estabelecer uma conversa, se possível diariamente, com horário marcado: “Nos encontramos amanhã às 18 horas”. Uma forma de diminuir os impactos emocionais, provocados por uma quarentena, que não é menos difícil para crianças e adolescentes, mas que já nasceram familiarizados com os eletrônicos, que entram como facilitadores de contato social.

Entramos numa diversidade de outros manejos de relações, jamais vistos, em que, ao mesmo tempo que limita o contato com o corpo do outro, expande várias outras formas de aproximação. E a psicanálise na sua extensa relação e sempre atualizada com a civilização, nos momentos de mal-estar e sofrimento, reposiciona o seu lugar de atendimento. Estamos falando de atendimento on-line, de plataformas, de tecnologias que possibilitem, que as práticas clínicas continuem.

As terapias por chamadas de vídeo, são aliadas no tratamento tanto dos sujeitos que já estavam num processo de análise, pessoas com algum tipo de transtorno psíquico, e também, aos que estão lidando com situações difíceis, relacionadas à pandemia. É importante se saber do percurso que esse profissional tem, a sua formação e experiência em atendimentos on-line.

Algumas pessoas sentem dificuldade maior nesse tipo de atendimento, assim como, alguns profissionais. Através de breves entrevistas preliminares, tanto o Analista quanto o paciente, vão poder se conhecer melhor, e dar continuidade ao tratamento. O mal estar é um sinal para se começar uma análise.

Iza Junqueira Rezende é Psicanalista com graduação em Psicologia pela PUC Goiás

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