Em um mundo em que muitos tentam controlar meticulosamente cada aspecto de suas vidas, a verdadeira propriedade sobre o destino muitas vezes escapa das mãos. Cheryl Strayed, protagonista de “Livre”, dirigido por Jean-Marc Vallée (1963-2021), personifica essa busca por sentido em uma jornada que transcende os limites do oeste dos Estados Unidos.
Cheryl Strayed, anteriormente desviada em sua própria existência, buscou reconciliação de maneiras diversas. No entanto, foi percorrendo os 1.800 quilômetros da Pacific Crest Trail que teve a oportunidade de confrontar traumas, pensamentos autodestrutivos e a inquietação inerente à experiência humana. A narrativa, baseada no livro “Livre — A Jornada de uma Mulher em Busca do Recomeço” (2012), revela as quatro intensas estações da vida de Cheryl, temperadas por temperaturas extremas, desafios e autotransformação.
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Sob a habilidosa adaptação de Nick Hornby, conhecido por suas mágicas transposições literárias como em “Alta Fidelidade” (1995), “Livre” ganha contornos poéticos e estimulantes. A colaboração com Cheryl Strayed, autora da obra original, resulta em uma narrativa que captura momentos lancinantes e marca o filme com uma poesia única.
No início de sua jornada, Cheryl realiza um ato simbólico, sentando-se à beira de um precipício, retirando a bota e arrancando a unha do dedão. Este gesto marcante, acompanhado pela queda da bota ribanceira abaixo, estabelece um vínculo imediato com o espectador, convencendo-o da adequação de Reese Witherspoon ao papel.
Após interpretações variadas em projetos anteriores, como a aclamada performance em “Johnny & June” (2005), a atriz atinge sua plenitude ao dar vida a Cheryl Strayed. Sua representação é ao mesmo tempo agridoce, seca e untuosa, especialmente nos flashbacks que revelam os eventos que a levaram a decisões radicais em relação ao seu futuro.
Laura Dern, interpretando o papel de Bobbi, a mãe de Cheryl, desempenha um papel cativante que monopoliza a atenção, relembrando sua notável atuação em “História de um Casamento” (2018). A dedicação de Jean-Marc Vallée em explorar a relação entre Cheryl e Bobbi, marcada pela alegria de viver e posteriormente pela luta contra o câncer, contribui para a profundidade emocional do filme.
Ao enfrentar adversidades climáticas, a escassez de alimentos e a solidão, Cheryl Strayed é moldada pela experiência na Pacific Crest Trail. Esses elementos, aliados à narrativa poética de Hornby, revelam a metamorfose de uma mulher que, nos diários de viajantes, deixa mensagens que se entrelaçam com figuras literárias como Emily Dickinson, Robert Frost e John Micherer.
Em 15 de setembro de 1995, com o término de sua empreitada, Cheryl Strayed volta a ser simplesmente ela mesma. A jornada revela não apenas a superação de desafios físicos, mas também uma redescoberta de sua verdadeira essência, consolidando-se como dona de si. “Livre” na Netflix não é apenas um filme adorável; é um convite à reflexão sobre a busca constante por autenticidade e redenção pessoal.
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Fonte: Flixlandia
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