Por Octavio Caruso
Se você se emocionou com o belíssimo filme “Extraordinário”, não pense duas vezes, conheça estas sete obras que selecionei, dramas profundamente humanos e emocionantes. Prepare o lenço…
Marcas do Destino (Mask – 1985)
Drama baseado na história verdadeira de Rocky Dennis, um adolescente que nasceu com uma estranha deformidade no rosto e todos acham que usa uma máscara. Cher, em seu papel principal no cinema, é Rusty, a mãe do rapaz. Com a ajuda do amor descompromissado e a inabalável determinação de Rusty, o jovem enfrenta a dor, a solidão e os preconceitos para emergir como um extraordinário jovem que se torna uma inspiração para seus colegas e professores. Obra fundamental, dirigida pelo sempre competente Peter Bogdanovich.
Sempre Amigos (The Mighty – 1998)
Um garoto impossibilitado de andar faz uma grande amizade com outro garoto, com problemas de aprendizado e um grande trauma no passado. Pérola injustamente esquecida do final da década de noventa, que merece ser celebrada por sua extrema sensibilidade.
https://www.youtube.com/watch?v=xuaFlbOlG9c
A Cura (The Cure – 1995)
O filme, dirigido por Peter Horton, é um dos mais tocantes que passaram na “Sessão da Tarde”. Na trama, um menino, no amanhecer ensolarado de sua vida, por causa de uma transfusão de sangue, contrai o vírus HIV. Seu vizinho, alguns anos mais velho, é a única pessoa que não o enxerga como um monstro a ser evitado, o único que, mesmo sem compreender a doença, percebe a beleza da rosa sem olhar para os espinhos. É interessante a forma como o roteiro trabalha a antítese de conduta entre as mães dos meninos. A mãe do mais velho, uma mulher fútil, grosseira, deixa-o sempre sozinho, e, sem pestanejar, debocha cruelmente do ex-marido na frente do filho, porém, como todos os hipócritas, faz questão de desligar o videogame dele, afirmando que aquela violência fará mal. O ato equivocado de projetar as falhas pessoais, colocando a culpa no entretenimento, na necessária válvula de escape, algo que ocorre ainda hoje, estimulado por profissionais irresponsáveis que vão a programas sensacionalistas. É emocionante a forma como o amigo tenta descobrir a cura em medicamentos alternativos, com doces e plantas, colocando o garoto como cobaia de várias experiências gustativas traumatizantes, com reações hilárias. A dedicação se intensifica quando, ao folhear as páginas de um jornal sensacionalista, encontra uma reportagem sobre um pesquisador que descobriu a cura para a AIDS, uma manchete próxima a de um relato de um OVNI. Ao final, ele confessa para aquela mulher que desejaria ter como mãe, sua frustração por acreditar que deveria ter tentado mais encontrar a cura. A mãe, com o coração partido, abraça o novo filho, afirmando que ele já havia sido o maior presente na vida do menino, que ficava muito feliz em sua companhia, um cometa, de passagem tão breve, porém, cujo impacto modificou profundamente a vida dos dois, para sempre.
Uma Prova de Amor (My Sister’s Keeper – 2009)
A pequena Anna não é doente, mas bem que poderia estar. Por treze anos, ela foi submetida a inúmeras consultas médicas, cirurgias e transfusões para que sua irmã mais velha pudesse, de alguma forma, lutar contra a leucemia que a atingiu ainda na infância. Anna foi concebida para que sua medula óssea prorrogasse os anos de vida de Kate, papel que ela nunca contestou. Mas, ao contrário da maioria, ela sempre teve sua vida definida de acordo com as necessidades da irmã. Então, Anna toma uma decisão que seria impensável, uma atitude que irá abalar sua família e talvez tenha terríveis consequências para a irmã. Direção tocante de Nick Cassavetes e grande atuação da pequena Abigail Breslin.
Jack (1996)
Um garoto (Robin Williams) sofre de rara doença que o faz envelhecer quatro vezes mais rápido que o normal, transformando-o num menino em corpo de homem. Com produção de Francis Ford Coppola, esta pérola segue eficiente em seu melodrama inspirador. O discurso da cena final é maravilhoso.
Meu Primeiro Amor (My Girl – 1991)
É impossível não se emocionar com a ternura da história contada pelo diretor Howard Zieff, que fala sobre a jovem Vada (Anna Chlumsky), ignorada por seu pai (vivido por Dan Aykroyd), um viúvo que trabalha em sua casa, preparando corpos para funerais. Vivendo em um ambiente fúnebre e acreditando ser responsável pela morte da mãe, a pequena Vada isola seus sentimentos em algum recôndito sombrio, deixando transparecer arroubos de rebeldia em breves momentos. Por não se doar, também não permite que outros a amem, como acontece quando conhece a nova funcionária de seu pai: Shelly (Jamie Lee Curtis). Porém tudo muda quando Vada descobre que está apaixonada pelo frágil Thomas (Macauley Culkin), que por ser muito alérgico, sempre foi muito superprotegido por seus pais, levando-o a ser um jovem solitário. Juntos, Vada e Thomas irão trilhar o caminho da maturidade emocional, cheio de obstáculos e decepções.
A Linguagem do Coração (Marie Heurtin – 2014)
Baseado em fatos que aconteceram no final do século XIX, Marie Heurtin conta a história de uma menina surda e cega de quatorze anos que não pode se comunicar com o mundo ao seu redor. O pai da menina não segue o conselho do médico querendo levá-la a um asilo. Marie sofre considerando isso uma idiotice, mas ele decide levá-la ao Instituto Larnay perto de Poitiers, onde as freiras cuidam de mulheres surdas.
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