O verão cinematográfico dos Estados Unidos trouxe grandes lançamentos como Oppenheimer, Barbie, Indiana Jones e Missão: Impossível, que naturalmente dominaram as bilheterias. Contudo, uma surpresa inesperada e controversa emergiu entre os principais filmes do ano: “Som da Liberdade”.
Este thriller, baseado em uma história real sobre tráfico humano, não apenas chamou a atenção pelo sucesso nas bilheteiras, mas também pelo turbilhão de polêmicas que o cercam. Neste artigo, vamos explorar por que “Som da Liberdade” se tornou o filme mais polêmico do ano.
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Escrito e dirigido por Alejandro Monteverde (conhecido por “Little Boy” e “Bella”), “Som da Liberdade” narra a história verídica de Tim Ballard, um ex-agente especial do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Ballard deixou seu cargo para lutar contra o tráfico humano, fundando a Operation Underground Railroad (OUR), uma organização sem fins lucrativos dedicada a combater o tráfico sexual.
Interpretado por Jim Caviezel (“A Paixão de Cristo”), o filme segue Ballard em uma missão na América Latina para resgatar crianças das mãos de cartéis e traficantes perigosos.
A jornada do filme até as telas não foi simples. Filmado em 2018, “Som da Liberdade” permaneceu na gaveta por cinco anos. Originalmente financiado por um grupo mexicano, a produção seria distribuída pela subsidiária latino-americana da 20th Century Fox. No entanto, quando a Disney adquiriu o estúdio, o projeto foi engavetado.
O produtor Eduardo Verástegui, que também atua no filme, recuperou os direitos da produção e a ofereceu à Angel Studios, uma distribuidora de produções cristãs. Esta aceitou o projeto, finalmente trazendo “Som da Liberdade” ao público.
O primeiro ponto de controvérsia envolvendo o filme diz respeito à sua base em fatos reais. Embora Tim Ballard e a OUR sejam personagens centrais, ao longo dos anos, suas ações e relatos têm sido questionados.
Uma investigação realizada pela VICE News em 2020 levantou dúvidas sobre a veracidade das ações heroicas atribuídas à OUR. Ballard afirmou repetidamente que a organização desempenhou um papel central em um grande caso de combate ao tráfico humano no estado de Nova York. No entanto, evidências mostram que a vítima em questão escapou por conta própria, contradizendo as declarações de Ballard.
Além disso, o enredo do filme, envolvendo o sequestro de dois irmãos em Honduras, não tem base na realidade, apesar dos créditos iniciais afirmarem o contrário. De acordo com jornalistas investigativos do American Crime Journal, Ballard exagerou detalhes da história retratada no filme.
Recentemente, surgiram acusações de comportamento inadequado por parte de Ballard enquanto estava na OUR. Sete mulheres alegam que ele as coagiu a participar de atividades desconfortáveis durante missões, incluindo dormir e tomar banho com ele para enganar traficantes. Uma acusadora também afirma que Ballard enviou fotos nuas a ela. A OUR confirmou a renúncia de Ballard em junho de 2023 e iniciou uma investigação independente sobre as alegações.
Além das controvérsias sobre a veracidade dos fatos, “Som da Liberdade” também é associado a teorias da conspiração e ao movimento QAnon. O QAnon é uma teoria da conspiração de extrema-direita que alega a existência de uma elite global envolvida em atividades malignas, como sequestro de crianças e canibalismo.
O filme tem sido descrito por várias publicações como um veículo para teóricos da conspiração e apoiadores do QAnon, embora não haja menção direta ao movimento no filme. Isso levou a debates intensos sobre o impacto e as mensagens do filme.
Jim Caviezel, protagonista do filme, endossou publicamente o QAnon durante um discurso em 2021, o que gerou ainda mais controvérsia em torno da produção.
“Som da Liberdade” se tornou uma produção repleta de debates e críticas, polarizando a opinião pública. Enquanto alguns o veem como um veículo para conscientização sobre o tráfico humano, outros o associam a teorias da conspiração e agendas políticas controversas. A controvérsia em torno do filme continua a crescer, fazendo com que seja um dos filmes mais polêmicos e discutidos do ano.
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Fonte: CT
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