Em um evento que surpreendeu tanto especialistas quanto a população local, uma pirâmide milenar na Zona Arqueológica de Ihuatzio, em Michoacán, México, cedeu após enfrentar condições climáticas extremas.
O colapso dessa estrutura histórica levantou preocupações sobre o impacto das mudanças climáticas na preservação de outros monumentos antigos e gerou temores entre a comunidade local, que vê o ocorrido como um possível sinal de eventos futuros.
A pirâmide que desabou é uma das duas localizadas na referida zona arqueológica, construídas há cerca de mil anos pelas comunidades indígenas Purépecha. Essas pirâmides foram, por séculos, centros de rituais e cerimônias importantes para os Purépechas, até a chegada dos espanhóis no início do século XVI.
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A estrutura resistiu às intempéries por gerações, mas as chuvas intensas do final de julho de 2024 mostraram-se devastadoras para a base sul de uma das pirâmides.
No dia 29 de julho de 2024, fortes chuvas atingiram a região da bacia do Lago Pátzcuaro, excedendo os níveis normais de precipitação e provocando o colapso parcial de uma das pirâmides.
O Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México confirmou os danos e atribuiu o desmoronamento ao impacto acumulado de mudanças climáticas, que têm tornado os padrões climáticos cada vez mais imprevisíveis e severos.
O INAH informou que, antes das chuvas, a região enfrentou temperaturas elevadas e um período de seca, o que causou fissuras na estrutura da pirâmide, facilitando a infiltração de água durante a tempestade.
A equipe de conservação do INAH foi imediatamente mobilizada para avaliar a extensão dos danos e planejar medidas para a estabilização e reparo da pirâmide. O instituto reforçou que os esforços não se limitam a restaurar a parte colapsada, mas incluem uma análise detalhada e a recuperação de toda a estrutura para evitar futuros desmoronamentos.
O impacto desse evento ressoou profundamente entre os descendentes dos Purépechas que ainda habitam a região. Para muitos, o colapso da pirâmide vai além de uma mera falha estrutural.
Alguns enxergam o ocorrido como um possível presságio, indicando a chegada de acontecimentos mais graves. Tariakuiri Alvarez, um dos moradores locais, compartilhou sua apreensão nas redes sociais, relacionando o desabamento a antigos presságios registrados antes da conquista espanhola, sugerindo que o evento poderia sinalizar o descontentamento dos deuses ancestrais.
Esse incidente destaca a dificuldade em proteger os monumentos históricos diante das mudanças climáticas cada vez mais intensas.
O desmoronamento da pirâmide em Ihuatzio serve como um alerta sobre a urgência de intensificar os esforços de conservação e desenvolver estratégias de adaptação para garantir a preservação desses patrimônios culturais inestimáveis para as futuras gerações.
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