Lygia Fagundes Telles, escritora brasileira, recebeu vários prêmios ao longo da carreira, tais como o Camões (2005), e o Jabuti (1966, 1974 e 2001).
Ela tem obras traduzidas para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco, português de Portugal, além de adaptações de suas obras para o cinema, teatro e TV. Lygia fundou a UBE e faz parte do Conselho Diretor da instituição.
Ontem (dia 03 de fevereiro) , Lygia foi indicada pela União Brasileira de Escritores (UBE) ao Nobel de Literatura 2016. Abaixo, algumas frases marcantes da escritora:
“Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto.”
“Descobri outro dia que a gente só se mata por causa dos outros, para fazer efeito, dar reação, compreende? Se não houvesse ninguém em volta para sentir piedade, remorso e etc. e tal, a gente não se matava nunca. Então descobri um jeito ótimo, me matar e continuar vivendo. Largo meus sapatos e minha roupa na beira do rio, mando cartas e desapareço.”
“Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa.”
“Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas.”
“Não acho maravilhoso envelhecer. A gente envelhece na marra, porque não há mesmo outro jeito, já fui a tantas estações de águas, já bebi de tantas fontes – onde a Fonte da Juventude, onde?”
“Estancar a loucura por meio de um sonho”
“Vocês me parecem tão sem mistério, tão descobertas, chego a pensar que sei tudo a respeito de cada uma e de repente me assusto quando descubro que me enganei, que sei pouquíssima coisa.”
– Lygia Fagundes Telles, no livro “As meninas”
“Tão difícil a vida e seu ofício. E ninguém ao lado para receber a totalidade dos seres humanos, isso nos últimos anos da sua vida sem muita ilusão…”
– Lygia Fagundes Telles, in “A disciplina do amor”.
Biografia
Nasceu na capital paulista no dia 19 de abril de 1923, passando boa parte da sua infância no interior de São Paulo, sendo filha de pai promotor e delegado as mudanças de cidade eram bastante comuns e frequentes.
Lygia tomou gosto pela escrita bem cedo, visto que criou seus primeiros textos ainda na adolescência, e aos 15 anos, em 1938, com auxilio de seu pai Durval, publicou Porão e sobrado, este que seria o seu primeiro livro, assinado como Lygia Fagundes.
Um ano depois, em 1939 concluiu o seu curso fundamental, vindo a ingressar na Escola Superior de Educação Física em São Paulo em 1940, e paralelamente com o curso de Educação Física frequentou um curso preparatório para ingressar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde iniciou o curso de direito no ano seguinte(1941), ano este que veio a concluir o curso de Educação Física.
Oficialmente a sua estréia literária aconteceu no ano de 1944, quando publicou o livro de contos Praia Viva.
Já seu segundo livro chamado O Cacto Vermelho, foi lançado no ano de 1949, no ano seguinte, 1950, casou-se com Goffredo da Silva Telles Jr, com quem teve um único filho, sendo que veio a se separar(não de forma oficial) depois de 10 anos, em 1960.
O seu primeiro romance da autora foi Ciranda de Pedra, que foi lançado em 1954, posteriormente publicou outros três romances, Verão no Aquário(1964), As Meninas(1973), e As Horas Nuas(1989), sendo que Ciranda de Pedra, As Meninas e As Horas Nuas são considerados os principais trabalhos da autora.
Fonte biográfica: Seu Saber