Um olhar crítico sobre o papel glorificado de anti-heróis do crime no cinema revela-se essencial diante de filmes que romantizam a ilegalidade. Enquanto produções como “Tropa de Elite” destacam policiais íntegros, há narrativas como “Retorno da Lenda” que, ao contrário, glamorizam a figura de um ladrão de gado e cavalos, traçando um caminho de ascensão nos negócios ilícitos até encontrar refúgio em um vilarejo esquecido no sul do Kansas, EUA.
Este filme, dirigido por Potsy Ponciroli, mergulha na vida de William Henry Bonney, conhecido como Billy the Kid, trazendo uma narrativa romanceada sobre seu percurso até a morte aos 22 anos. A trama destaca os eventos que levaram Henry a se isolar em um rancho, evitando autoridades e vivendo uma velhice presumivelmente tranquila após confrontos com a lei.
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A abertura do filme faz uma alusão ao clássico “Três Homens em Conflito” (1966), mas subverte o tom ideológico. A narrativa, cheia de nuances, desafia expectativas ao trocar os papéis entre figuras de messias e criminosos, desorientando a audiência com reviravoltas ágeis e intrigantes.
O diretor constrói um prólogo tenso, com destaque para atuações marcantes de Stephen Dorff e Scott Haze, trazendo à tona a intensidade do enredo. O delegado Samuel “Sam” Ketchum, interpretado por Tim Blake Nelson, surge como uma figura dominante, mas a trajetória do anti-herói, apesar de sugerir um papel redentor, revela-se profundamente pragmática e até cruel.
A presença de Ketchum permeia a maior parte da trama, desenhando um personagem cujos conflitos éticos e dilemas existenciais nunca são plenamente resolvidos. O desfecho, traído por alguém em quem confiava, culmina de forma nada auspiciosa para o protagonista.
“Retorno da Lenda” oferece uma narrativa cinematográfica que desafia convenções do faroeste, apresentando uma desconstrução sutil dos estereótipos do gênero, mergulhando na complexidade moral de seus personagens e desafiando a noção tradicional de mocinhos e vilões.
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Fonte: Cine Pop