
Você já se pegou questionando como grandes fortunas transitam pelo planeta sem que ninguém perceba? Em A Lavanderia (The Laundromat), Steven Soderbergh não poupa detalhes ao abordar esquemas de corrupção e evasão de divisas que ultrapassam qualquer noção de senso comum.
Neste longa de 96 minutos, a história escancara o funcionamento de offshores, documentos sigilosos e personagens que se aproveitam de brechas legais. Meryl Streep assume um papel que vai além de mera protagonista: ela personifica a indignação de quem sofre na pele os efeitos de transações obscuras.
Se você gosta de produções que provocam reflexões sobre justiça e transparência, esta pode ser uma boa escolha.
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Baseado no livro de Jake Bernstein, o roteiro mergulha nos bastidores dos chamados Panama Papers. A trama começa com um desastre em um barco turístico, que desencadeia a busca de uma viúva (Streep) por respostas sobre o seguro que nunca foi pago.
Enquanto isso, dois advogados — interpretados por Gary Oldman e Antonio Banderas — tornam-se os narradores irreverentes de um sistema cheio de artimanhas. Eles quase funcionam como comentaristas esportivos, explicando o passo a passo das fraudes enquanto exibem sorrisos que mascaram intenções questionáveis.
For quem curte tramas que misturam humor ácido e crítica social, é interessante ver como Soderbergh equilibra entretenimento e denúncia. As cenas fluem sem complicar excessivamente a questão legal, o que deixa o espectador grudado na tela.
Ao mesmo tempo, existem momentos em que a reflexão vem de supetão, especialmente quando o filme escancara a disparidade entre quem lucra e quem paga o preço.
A interação entre os personagens mostra que ganância, poder e oportunismo podem surgir em diferentes cantos do planeta, e que a falta de regulamentação eficiente abre espaço para esquemas cada vez mais elaborados.
Por trás do tom descontraído, A Lavanderia revela uma realidade incômoda sobre a manipulação financeira global.
É impossível passar batido pelos momentos em que Meryl Streep entrega a dor de quem foi prejudicado por negócios escusos, trazendo certo desconforto ao notar o quanto esse esquema é comum.
Embora o filme seja curto, a quantidade de informações é grande, e vale a pena conferir até os créditos finais para captar nuances irônicas. Caso esteja procurando uma produção que fale de corrupção sem cair em dramaticidade exagerada, essa é a pedida certa.
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