Texto de Maria Teresa Maldonado
O presente do presente: descortinei o amor maduro na curva dos 60, e agradeço cada dia aproveitado da melhor forma possível, pelo tempo que ainda tiver pela frente.
Bom demais curtir o prazer de estar junto com meu companheiro na simples curva do cotidiano, começar o dia nadando no mar, as notícias compartilhadas, as ideias que surgem, as criações musicais e literárias, os planos de trabalho, as perspectivas que se abrem, os obstáculos a enfrentar, as conversas tecidas na cozinha enquanto preparamos as refeições que depois levamos em pratos coloridos para a mesa da sala, iluminada por uma grande vela redonda. E, em dias privilegiados, contemplar a lua cheia dourando o mar no conforto do silêncio além das palavras, na comunicação profunda que se revela no mergulho do olhar.
Bom encontrar, no interior desse homem maduro, o menino terno e eterno que nele habita e que, sorridente, estende a mão para a menina alegre que habita em mim. Encontro lúdico, pleno de encantamento, que nos permite passear pela linha do tempo, vivendo o melhor de todas as idades que percorremos, saboreando a novidade desse encontro com o desejo da adolescência e a ternura da maturidade.
É muito bom sentir o aconchego dos braços que nos oferecemos, o toque sensível e sensual por onde flui a energia amorosa, constatando que rugas e a pele flácida não impedem a atração porque não mascaram a beleza essencial que conseguimos ver em nós.
Bom perceber que as dores que marcam o término de amores passados não se cristalizaram em amargura ou descrença, mas, ao contrário, cuidaram da delicada teia da esperança que mostra que é possível começar de novo em qualquer idade, aprendendo com os tropeços e os equívocos anteriores.
Quando revejo a minha vida de muitas décadas lembro-me de Simone Beauvoir dizendo que, quando envelhecemos, o futuro torna-se cada vez mais curto e o passado cada vez mais longo. Penso em quanto aprendi, no tanto que ainda há para aprender e em tudo o que mais não terei tempo para começar, nem mesmo esboçando as primeiras letras. Não importa o que faltou, falta ou faltará. Melhor é apreciar o que veio, está e ainda virá.
Por isso gosto de caminhar com ele de mãos dadas, entrelaçadas na teia do aconchego que nos acolhe com carinho neste outono da vida.
Texto extraído do livro “Teias”, página 170, Editora Lafonte, de Maria Teresa Maldonado.
Maria Tereza Maldonado (CRP 1296/05) mora no Rio de Janeiro e trabalha no Brasil, como palestrante e consultora.
É Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-RIO, onde lecionou no Departamento de Psicologia. É membro da ABRATEF (Associação Brasileira de Terapia Familiar).
Tem mais de 40 livros publicados sobre relações familiares, desenvolvimento pessoal e construção da felicidade e do bem-estar, com mais de um milhão de exemplares vendidos.
Um fenômeno solar de grande intensidade pode ocorrer em breve: o superflare, uma explosão energética…
Uma cena no mínimo inusitada aconteceu em um bar de Curitiba na última sexta-feira (13),…
Dezembro chegou, e com ele aquele clima de reflexão sobre o ano que passou e…
Dezembro chegou com aquele clima de férias, e nada melhor do que aproveitar para maratonar…
Imagine abrir um depósito e dar de cara com fitas inéditas de Michael Jackson?! Foi…
Amanda Levi, 23, e Hannah Knoppel, 21, pegaram seus pais de surpresa ao revelar, juntas,…