“Pais são pais. Não são amigos”, afirma Marcos Mion sobre adolescência dos filhos

No início desta semana, o apresentador Marcos Mion, 41, publicou uma coluna na Revista Crescer onde aborda as grandes questões da adolescência e como os pais podem ajudar seus filhos nesse período tão intenso – e conturbado – da vida.

“Recebi um pedido de ajuda de uma amiga para falar um pouco sobre algumas características da adolescência de hoje: tendências suicidas, de mutilação, psicose estimulada por games. São jovens que estão com dificuldade de se aceitar e de achar o rumo da vida”, escreveu Mion.

Para ele, trata-se de um tema delicado, que só pode ser totalmente compreendido através da vivência. “É algo factual e contemporâneo; não dá para se basear em estudos passados, pois o que os jovens de hoje enfrentam é inédito”.

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O conflito geracional, segundo Mion, é a raiz do problema. “É algo que sempre aconteceu. Eles estão rompendo com os conceitos e preceitos dos pais para buscar os seus próprios. Sua própria existência, suas regras e crenças. Faz parte da evolução humana. Mas o que torna essa troca de geração tão trágica, tão vazia? Por que os adolescentes se tornaram conflitos ambulantes?”, provoca.

A personalidade do adolescente é o produto da educação, dos costumes familiares e, claro, pela influência da própria geração do jovem.

Ademais, a tecnologia é um componente que potencializa as confusões da juventude. “A tecnologia, massa opressora de comportamento, regras e objetivos inatingíveis, agrava tudo. A busca pelo impossível é um caminho certeiro para a frustração e a descrença. Sem o amparo dos pais, vira depressão”, afirma Mion.

“Se já era difícil na nossa geração, quando tínhamos de imaginar o que estavam fazendo as pessoas e o que havia do outro lado do mundo, imagine agora, que a beleza idealizada e a felicidade fútil, intangível e irreal é esfregada em sua cara 24 horas por dia”, complementou.

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Infelizmente, há muitos pais que deixam de ser autoridade sobre os filhos, preocupados porque querem ser amigos deles. “Então, não passam segurança e firmeza. Não será neles que o jovem buscará o amparo para a solidão, nem respostas para suas dúvidas. Essas respostas não vêm de um amigo que, como ele, também não tem tanta vivência. Quando papai e mamãe querem ser joviais e amigões irresponsáveis, o jovem fica sem referência”.

Ao final, conforme compreendemos essas dinâmicas, uma coisa se mostra fundamental: pai e mãe têm de estar perto. “Você sabe quais são os ídolos dos seus filhos? Quem eles seguem? Quem os influencia? Por que querem usar tal roupa, assistir a tal série, ouvir tal música? Quem são os amigos?”, indaga o apresentador.

Para Marcos Mion, é importante saber essas coisas. “Ou você achou que só precisaria se dedicar enquanto ele era bebê? Achou que agora seria hora de curtir com esse adolescentão irado que você criou? Achou que iria para a balada com ele? Não. Isso você faz com os seus amigos”, completou.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.