Faz cerca de seis meses que a rotina da dona de casa Ana Patrícia Maestrello, 35, mudou de cabeça para baixo, desde o diagnóstico da filha com Escoliose Idiopática, uma curva lateral estruturada da coluna vertebral, que ocorre entre os 10 e 18 anos, e cuja causa não é definida.
De lá pra cá, Ana tem vendido bolos para arrecadar dinheiro visando pagar a cirurgia corretiva da menina.
Em entrevista ao portal G1, a dona de casa disse que desde agosto do ano passado busca maneiras de juntar dinheiro suficiente para o procedimento em Agatha Rebeca, de 12 anos.
“Levei minha filha para fazer o Raio-X no Pronto Atendimento em uma segunda-feira porque uma enfermeira notou que minha filha andava torta. Quando levantamos a blusa dela, notamos que o corpo estava realmente assimétrico”, contu Ana, que vive em Marília (SP) com a família.
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O diagnóstico de Agatha foi um susto para a mãe e toda a família: exames médicos apontaram uma curvatura de 75 graus na coluna dela.
A curvatura é tamanha que não há solução menos invasiva, a não ser a cirurgia.
“O doutor nos explicou que Idiopática significa sem causa aparente, ou seja, a medicina não se explica da onde veio o problema. Sabemos que não é problema de postura e nem genética, foi de repente. O médico também disse que nem fisioterapia resolve”, explicou.
Num primeiro momento, a família conseguiu uma vaga na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento de Agatha.
No entanto, pouco depois, eles receberam uma carta dos médicos informando que a menina não conseguiria realizar o procedimento “por não possuir os materiais adequados” para pessoas na idade dela.
“Ela tem 12 anos e os médicos de Marília (SP) não tem como realizar o procedimento nela. Segundo eles, por não ter o material para essa idade. Então, eles me encaminharam para o Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo e lá fui eu e mais consultas com minha filha”, comentou a mãe.
Uma vez na capital paulista, Ana levou Agatha para duas consultas médicas, quando constatou-se que o quadro da filha era realmente grave. Para piorar, foi informado à mãe que, apesar da menina estar na fila do Sus, sua cirurgia poderia levar de 5 a 10 anos para ocorrer.
“Eu tenho uma carta de cirurgia de urgência e uma que fala dos riscos que minha filha corre, assinada pelo HC de SP. Desde que descobrimos a doença, ela precisou sair da escola porque ela não pode ficar muito tempo sentada na carteira e nem segurar a mochila. Esse ano ela deve voltar para a escola só se passar pela cirurgia”, disse.
Assim, Ana e sua família estão “correndo contra o tempo” na venda dos bolos para tentar a cirurgia por hospitais particulares, levando em conta a necessidade e caráter emergencial do procedimento em Agatha.
“Preciso do dinheiro para a Agatha ser operada, com o dinheiro em mãos eu entrego para o hospital e eles marcam a cirurgia”, explicou a mãe.
Caso seja feita em Cuiabá (MT), a cirurgia deve custar em torno de R$ 150 mil – um valor consideravelmente menor quando comparado aos que os hospitais paulistas cobram.
“Mesmo sendo mais longe e difícil para a nossa família se locomover até Cuiabá, eu preferi publicar que era esse valor porque foi a ‘porta de escape’ para os valores que orcei em SP. Mas, independente, para nós não tem distância na busca do tratamento, só queremos que a Agatha tenha uma qualidade de vida melhor”, contou Ana.
A correção da escoliose é vital para Agatha, pois a cada dia sua coluna encurva mais, o que prejudica a autoestima da menina.
“As roupas já não servem mais, ela fica envergonhada perto dos amigos e da família. Antes ela desfilava, hoje ela não vai mais. Para piorar, sabemos que a escoliose compromete os órgãos também, a função pulmonar e o coração”, lamentou.
Em meio à rotina de vendas caseiras, Ana conta que as opções preferidas da clientela são o “bolo tipo piscina”, especialmente dos sabores cenoura, beijinho e brigadeiro. Porém, a mãe de Agatha lamenta que a batalha para juntar o valor da cirurgia está só começando, já que arrecadou apenas 10% do pretendido (R$ 15 mil).
“Tem dias que vendem, tem dias que não. Preciso de pelo menos R$ 150 mil e até então arrecadei R$ 15 mil. É um começo, mas ainda não é suficiente”, completou.
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Fonte: Marilia do Bem
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