É preciso uma dose de loucura para se ter lucidez.
Tolstói escreveu e Guimarães Rosa concordou: “Se descreves o mundo tal qual é, não haverá em tuas palavras senão muitas mentiras e nenhuma verdade”.
Necessitamos de utopia – Thomas More sabia disso – para caminhar. Ela está um passo à frente, a medida em que andamos, o sonho anda junto, e isso mantêm-nos no caminho, esperançosamente. É como a linha do horizonte. Perdendo-se de vista a fantasia, perde-se o sentido da vida. Instala-se, então, o que chamamos depressão.
Tudo o que há no mundo, e foi criado, e toda a história, e eu, e você, somos sonhos encarnados. O devaneio é a matéria prima de tudo o que existe.
Deus imaginou, desejou, e sonhou, antes de criar o universo. Particularmente, penso que é pontualmente aí que entende-se a fórmula E=Mc² do Einstein. E= energia, utopia, sonho, desejo, imaginação, fantasia. Mc²= massa, criação, matéria, existência. Ou seja, o sonho tornando-se realidade…
Qual a diferença dos grandes gênios para as pessoas “comuns”?
Os gênios são os que não envergonharam-se de sonhar alto, tiveram coragem de alçar vôo, alienar-se, ludibriar-se, lançar-se, a despeito do perigo. Note como os homens brilhantes são tratados em seu tempo… considerados, geralmente, loucos.
“Há sempre um pouco de razão na loucura.” Nietzsche.
Livros são sonhos transformados em papel. E, também, tão reais quanto eu e você. Assim como a imaginação é tão real quanto o cérebro.
“O livro é a grande memória dos séculos… se os livros desaparecessem, desapareceria a história e, seguramente, o homem.” – Borges
Os devaneios afetam a realidade. E, a literatura torna a vida mais suportável…