Por Nara Rúbia Ribeiro
Você já assistiu a algum filme distópico com enredo silimilar:
Uma pandemia toma de assalto o Planeta e diversos setores, gradativamente, entram em colapso. O medo, a incerteza, a angústia de um perigo mortal bate-nos à porta. Em meio aos caos, encontramos humanos trancafiados em celas a disputarem, centímetro a centímetro, os ínfimos metros quadrados do recinto. Disputam ainda cada molécula de oxigênio que lhes chega dos corredores. Respirando o mesmo escasso ar, sem qualquer garantia de que este não esteja contaminado, humanos se aglomeram com suas roupas rotas, sobre o chão sujo, a contarem as horas para a próxima parca refeição ou, com muita sorte, para receberem notícias dos seus afetos, vindas do outro lado dos muros.
No Brasil, essa cena de dramaticidade hollywoodiana se vê concretizada por todo o país, em nosso sistema prisional. Ousamos afirmar que certamente a sétima arte ficaria a dever à realidade das prisões brasileiras ao retratarem, em suas distopias, a desumanização.
Para trazer luz à precariedade do sistema penitenciário brasileiro de sorte a fomentar a necessária mudança, a observância das leis e o respeito à Constituição Federal, o juiz João Marcos Buch escreveu o livro “A Solitude das Cidades: um juiz em estado de cárcere – crônicas em tempos de pandemia“, cujo lançamento se dará no dia 26 de setembro, pela Editora Giostri.
No evento online:
“Falaremos sobre minhas escritas, justiça e direitos humanos, bem como sobre literatura na e da prisão, numa perspectiva de registro histórico“, afirma Buch.
Ao inscrever-se para participar do lançamento você, a um só tempo, adquire o livro lançado e ainda o livro “Pandemia – Prisão – a história contada de dentro” – que traz onze relatos escritos por apenados que estão encarcerados em plena pandemia e que escreveram seus textos dentro de suas celas e à mão, de sorte a levar sua mensagem a todo o nosso país.
A nota da editora acerca da temática deste livro faz constar que: “Muito se fala de todos os setores da sociedade, mas, e o sistema prisional? E as mais de 900.000 pessoas presas em 2020, como andam, como estão, como ficaram, o que pensam, o que comem, o que vestem, o que querem, o que acham do governo do país?”
Abaixo, segue o convite do autor:
Em suas redes sociais utilizadas com exclusividade na divulgação da temática humanista, o juiz tem alertado para a gravidade do que hoje vivenciamos: “É preciso olhar para o que está acontecendo nas prisões e agir, a pandemia não pode vencer e o estado brasileiro deve assumir sua responsabilidade pela vida!”
Na orelha o livro, temos esta sensível ponderação do editor:
“Penso que a cada obra e a cada ano que passa a responsabilidade em falar sobre os textos de João Marcos Buch se torna maior, pois a cada crônica que sai em jornal e a cada livro publicado, Buch se revela um exímio observador da vida, do mundo, das situações terríveis e tenebrosas que se dão em sistema prisional, na sociedade e, sobretudo, com ele mesmo, uma vez que o seu ofício de Juiz Corregedor de Vara de Execução Penal revela diariamente agruras, falências, injustiças, perdas, e o dá – pasmem – forças tiradas sabe-se lá de onde e o lançam para as causas humanas, para a sua luta constante por um sistema penal mais justo, menos desumano, ou então inexistente. E o faz sabendo que não conseguirá. Mas faz!
Tais percepções, vivências e inconformismos nutrem em João Marcos algo que o faz expurgar tudo que poderia ser pior e focar no que precisa ser melhor, agindo eticamente, com a certeza de que a sua estada onde está deve ser criteriosamente vivenciada a favor de vidas, de famílias, de pessoas vulneráveis. E é isso que faz!
Mas faz mais, pois atua na vida e apresenta nas páginas dos livros, em suas crônicas, que não são simplesmente crônicas, mas tratados de vida, com reflexões profundas e necessárias para qualquer desenvolvimento humano.”
O editor!
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