Educação e Direitos Humanos

Igreja acolhe 70 moradores em situação de rua nestes dias de frio intenso

O frio intenso que vem atingindo o país nos últimos dias trouxe à tona a preocupação com a situação das muitas pessoas que moram nas ruas, e que, naturalmente, não tem como se proteger adequadamente diante das baixas temperaturas. Mas felizmente ainda há pessoas dispostas a ajudar a quem mais precisa.

A Paróquia de São João Batista, em São Carlos (SP), por exemplo, decidiu abrigar os moradores de rua da cidade no salão de festas da igreja, que tem capacidade para 70 pessoas. Dezenas de voluntários contribuíram para a realização da ação. Eles ainda se dispuseram a preparar lanches para os desabrigados.

Os perfis das pessoas atendidas são muito variados. Cada uma tem uma história de vida e muitos não tiveram oportunidade de planejá-la. “Minha família eu não vejo mais. Meu pai morreu, minha mãe morreu também há 20 anos”, disse Carlito José de Pereira.


Com a chegada da frente fria, a vida dos moradores em situação de rua fica ainda mais difícil. Sem abrigo, eles enfrentam a chuva e os dias frios.

“Difícil, quando molha as coisas ainda porque não tem onde guardar, aí tem que deixar em algum lugar, ensacar para dormir na rua de novo”, afirmou Fernando Souza.

“Diante dessa demanda que estamos tendo, de um frio bastante severo que a gente já pode sentir nessa noite agora, nós tomamos a iniciativa para oferecer um lugar para essas pessoas dormirem”, explicou o padre João Victor Bulle.

A igreja disponibilizou colchões, cobertores, kits de limpeza e alimentação a cada um. Os voluntários também serviram caldo quente na janta, e pão e bolo no café da manhã.

Larissa Rodrigues, que é moradora de rua, conta que acordou cedo e com um sorriso no rosto para tomar o café da manhã. Ela contou que foi recebida com muita atenção e respeito.

“São poucas pessoas que ajudam, são poucas pessoas que têm um coração bom para ajudar os moradores de rua, é complicado mesmo.”
Um dos voluntários morou na rua há menos de dois anos e sabe da importância de ajudar.

“Eu já passei por essa situação há algum tempo e hoje estou tentando retribuir de um jeito gratificante, que é ajudar aquelas pessoas que necessitam, como tive nessa situação e me ajudaram, hoje posso fazer para outras pessoas também” , afirmou Wesley Borges.

Na madrugada mais fria do ano até o momento, o gesto de solidariedade e amor ao próximo proporcionou mais do que uma bebida quente e um cobertor. “O bom coração das pessoas aquece muito mais”, disse Larissa.

Reprodução autorizada da CONTI outra. Com informações de G1

Revista Pazes

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