A medicina moderna deu mais um passo surpreendente, e a história de Derek Pfaff se tornou símbolo de esperança. Dez anos após um acidente que lhe causou ferimentos graves no rosto, Derek, hoje com 30 anos, passou por um transplante de rosto pioneiro nos Estados Unidos, realizado pela equipe da Mayo Clinic.
Além de devolver funções básicas que ele havia perdido, como sorrir, piscar e respirar pelo nariz, o procedimento transformou sua visão de futuro e deu novo propósito à sua vida.
Desde 2014, quando enfrentou uma situação extrema que resultou em um tiro autoinfligido, Derek viveu uma jornada desafiadora. Antes de encontrar os especialistas da Mayo Clinic, ele havia passado por 58 cirurgias reconstrutivas que, embora essenciais, não conseguiam oferecer a qualidade de vida que ele buscava. Sem um nariz funcional, ele não podia usar óculos, tinha dificuldade para comer alimentos sólidos e enfrentava limitações para falar.
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“Quando acordei no hospital, não lembrava do que havia acontecido. Achei que tinha sofrido um acidente de carro. Desde então, vivo com a certeza de que minha história tem um propósito. Quero ajudar outras pessoas que enfrentam dificuldades semelhantes. Sou imensamente grato ao meu doador e à equipe que tornou isso possível”, compartilha Derek. Hoje, ele é uma voz ativa na prevenção ao suicídio, usando sua experiência para inspirar e educar.
O transplante de rosto, realizado pela primeira vez em 2005, é um procedimento de altíssima complexidade. Apenas cerca de 50 cirurgias desse tipo foram realizadas em todo o mundo desde então. No caso de Derek, a operação foi um marco para a Mayo Clinic, que integrou o transplante facial ao seu programa clínico em 2016.
A cirurgia, realizada em fevereiro deste ano, demandou uma equipe de 80 profissionais, incluindo cirurgiões, anestesiologistas e técnicos. O procedimento durou mais de 50 horas e envolveu a substituição de aproximadamente 85% do rosto de Derek. Partes como a mandíbula, maxila, nariz, estrutura das bochechas e até pálpebras foram reconstruídas com tecido doador.
Dr. Samir Mardini, responsável pela cirurgia, destaca que o sucesso do procedimento depende da conexão precisa de nervos faciais.
“No caso de Derek, trabalhamos com 18 ramificações nervosas para restaurar funções essenciais como sorrir, falar e respirar. Também utilizamos técnicas inéditas para transplantar o sistema de drenagem lacrimal, um detalhe crucial para o conforto e funcionalidade do paciente.”
Apesar de não ser uma cirurgia estética, o impacto visual e emocional é profundo. Para Derek, o transplante representa uma chance de levar uma vida mais plena. “Quero voltar a viver com normalidade. Sonho em ter uma família e construir uma vida sem os olhares de curiosidade que me acompanhavam”, diz ele.
Após o transplante, Derek continuou enfrentando novos procedimentos para ajustar detalhes, como a funcionalidade da língua e das pálpebras. Esses refinamentos visam garantir que os nervos transplantados funcionem de maneira harmoniosa, devolvendo expressões faciais naturais.
Além disso, o apoio da família foi fundamental em cada etapa do processo. “Ver meu filho sorrir de novo é como um milagre”, afirma Lisa, mãe de Derek. Seu pai, Jerry, completa: “Depois de 10 anos, ver o nariz, os lábios e os dentes do meu filho é algo indescritível.”
Nove meses após o transplante, Derek já consegue expressar emoções como felicidade, tristeza e alegria de forma natural. Para Dr. Mardini, a cirurgia facial não apenas restaura a funcionalidade do rosto, mas devolve ao paciente a possibilidade de se conectar com o mundo de maneira autêntica. “Enquanto a maioria dos transplantes salva vidas, o transplante facial oferece a chance de viver plenamente”, explica.
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