Grande parte da nossa vida é ocupada com atividades econômicas, em vista do bem-estar pessoal e familiar, ou em vista de um futuro próspero.
Nos últimos anos o sistema capitalista desenvolveu uma ideologia muito forte, levando as pessoas a consumirem a ponto de inverterem um dos valores mais sagrados: o do SER.
O TER se tornou sinônimo de felicidade, de realização, de poder, de grandeza e não um meio para viver simplesmente uma vida mais harmoniosa, mais digna. Com um marketing cada vez mais eficaz tudo se torna importante, indispensável, mas, ao mesmo tempo, descartável, passageiro, porque algo melhor foi lançado no mercado. Assim a vida passa a ser uma conquista do novo, do mais moderno. Para isto, inteligentemente, o “deus mercado” garante o poder de compra oferecendo créditos fáceis.
Aonde chegamos? O domínio do TER sobre o SER nos hipnotiza, mantendo nossa mente focada nas coisas materiais. Hipnose é isto: manter a mente focada num elemento. No estado de hipnose, saímos para os shoppings, para o comércio e vamos comprando, comprando, muitas vezes satisfazendo desejos despertados pela propaganda. Quantas pessoas acumulam roupas, calçados, jóias, etc. Não precisa de tudo isso. Claro, tem os que compram para preencher seus vazios, carências afetivas, desequilíbrios emocionais.
Em vista dessas realizações, legítimas, uma vez que todos têm o direito de adquirirem tudo o que desejarem para uma vida mais digna, acabou endividando-se pela ausência de uma orientação financeira. Quanta desarmonia gerada por esse endividamento! Numa pesquisa americana constatou-se que 42% dos casais se separam por questões financeiras. Tem até um ditado popular que diz: “Quando a miséria entra pela porta, o amor sai pela janela”. É fato, um dos assuntos mais difícil de se dialogar numa família é o financeiro. Basta ver que 80% das discussões giram em torno dos gastos, do dinheiro. Como afirmam os autores do livro, Família, Afetos e Finanças: O dinheiro “ele serve para afastar quanto para aproximar as pessoas, e normalmente gera duas atitudes muito fortes em nós, antagônicas e complementares: repulsa e apego”.
O fruto do meu trabalho, que deveria gerar harmonia no meu lar, transforma-se em fonte de desentendimentos. Junto com o marketing para consumir não foi oferecido, como na maioria dos países desenvolvidos, uma educação financeira que começa nos primeiros anos escolares. Desde 2009 existe uma proposta a ser aprovada no Senado para transformar a educação financeira numa disciplina obrigatória. Mas não interessa ao capitalismo selvagem, este implantado em nosso país, que privilegia uns poucos em prejuízo da maioria. O povo virou massa de manobra dos interesses dos poucos, como virou massa de manobra dessa classe política atual, que envergonha a todos.
Dou aqui algumas dicas que, colocadas em prática, funcionam.
Comece fazendo um levantamento dos seus gastos, saiba onde gasta cada centavo dos seus ganhos. Feito isto você pode descobrir os desperdícios, os gastos com supérfluos e com os necessários. Um segundo passo, indispensável, estabeleça metas econômicas, sonhos, de curto, médio e longo prazo. Nosso dinheiro não pode estar solto, precisa ter um destino, caso contrário, os outros dizem onde gastar. Agora é a hora de um orçamento muito bem feito. Iluminado pelos sonhos vai distribuir o dinheiro para cada gasto. Tudo isto seria inútil sem aprender a poupar. Lembra do conselho dos antigos: Jamais gaste tudo o que ganha, menos ainda além.
Muitas vezes começa a palestra de educação financeira com a seguinte pergunta: Se a partir desse momento você não recebesse mais nada, por quanto tempo manteria seu padrão de vida? Incrível, mas a grande maioria não passa de um mês, quando o ideal seria de pelo menos seis meses.
Melhore também seus pensamentos diários sobre seu trabalho e seus ganhos com essa linda frase:
“TENHO UM MARAVILHOSO TRABALHO, SIGO UM BRILHANTE CAMINHO, PRESTO ADMIRÁVEL SERVIÇO, RECEBO MAGNÍFICA RECOMPENSA”
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