Vencer o Oscar já é um feito e tanto. Ganhar um Framboesa de Ouro, nem tanto. Mas quando um mesmo filme leva os dois prêmios — um reconhecendo a excelência e outro apontando o que seria o pior do cinema — a situação chama atenção.
Por mais improvável que pareça, isso aconteceu apenas uma vez em mais de quatro décadas de premiações.
O responsável por esse feito foi Wall Street – Poder e Cobiça, lançado em 1987 e dirigido por Oliver Stone. O longa, centrado no mundo da especulação financeira, deu a Michael Douglas o Oscar de Melhor Ator por sua atuação como o inescrupuloso Gordon Gekko.
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Ao mesmo tempo, Daryl Hannah, que também está no elenco, recebeu o Framboesa de Pior Atriz. E o mais curioso? O filme só teve essas duas indicações — e venceu ambas. O Oscar aplaudiu, o Framboesa apedrejou, e o longa entrou para a história com esse contraste nada comum.
Até hoje, vários filmes chegaram perto de repetir esse feito. Um total de 19 títulos já foram indicados tanto ao Oscar quanto ao Framboesa de Pior Filme no mesmo ano. Pearl Harbor, por exemplo, acabou levando o Oscar de Melhor Edição de Som, mesmo tendo sido criticado duramente por outros aspectos.
Existem também casos em que a mesma atuação foi indicada nas duas premiações. Glenn Close, Amy Irving e James Coco viveram essa situação inusitada, sendo reconhecidos como “melhores” e “piores” em um mesmo papel, por jurados diferentes. É o tipo de ambiguidade que só o cinema consegue proporcionar.
O roteirista Brian Helgeland, a atriz Sandra Bullock e o compositor Alan Menken também entraram para esse seleto grupo de premiados por obras diferentes no mesmo ano. Menken, por exemplo, ganhou o Oscar por Aladdin e, poucos dias antes, levou o Framboesa por uma música de Extra! Extra!.
Se por um lado o Oscar segue como o maior reconhecimento da indústria, o Framboesa continua sendo um lembrete bem-humorado de que nem tudo precisa ser levado tão a sério. E mesmo que hoje o público tenha voz ativa nas redes e plataformas como o Letterboxd, esse contraste entre glória e crítica ainda rende boas histórias.
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