Quando se trata de narrativas envolventes e performances impactantes, poucos filmes recentes capturam a essência tão profundamente quanto Drive My Car, do aclamado diretor japonês Ryûsuke Hamaguchi.
Após receber aplausos de pé em sua estreia nos cinemas e uma série de prêmios prestigiosos, incluindo um Oscar, o filme finalmente chegou à Netflix, permitindo que um público ainda maior experimente esta obra-prima cinematográfica.
Drive My Car é uma adaptação de um conto do famoso escritor Haruki Murakami, que faz parte da coletânea Homens sem Mulheres.
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No filme, somos transportados para a vida complexa de Yūsuke Kafuku (interpretado magistralmente por Hidetoshi Nishijima), um ator e diretor de teatro que enfrenta o luto pela morte de sua esposa. Kafuku é uma figura trágica, cercada por memórias e segredos que desafiam sua capacidade de seguir em frente.
A narrativa se desdobra em Hiroshima, onde Kafuku é convidado a dirigir uma peça de teatro multilíngue de Tio Vânia, de Anton Tchekhov. Parte do seu processo de cura envolve lidar com Misaki (interpretada pela brilhante Toko Miura), uma jovem motorista reservada que o leva em longas viagens em seu carro vermelho Saab 900.
A relação entre eles desenvolve-se sutilmente, enriquecida por diálogos profundos e revelações pessoais que são a marca registrada do estilo de Hamaguchi.
A cinematografia de Drive My Car merece uma menção especial. Capturando a beleza austera de Hiroshima e a introspecção dos longos drives, a câmera de Hamaguchi trabalha como um observador silencioso, muitas vezes prolongando as tomadas para permitir que as performances respirem e ressoem com o espectador.
E a trilha sonora é igualmente ponderada, com uma mistura de clássicos e sons contemporâneos que acentuam o ambiente melancólico e contemplativo do filme.
O que torna Drive My Car tão especial é a maneira como trata temas universais como perda, traição e redenção. Hamaguchi explora esses temas com uma delicadeza e profundidade raramente vistas, envolvendo o espectador em uma meditação emocional que é tão cativante quanto esclarecedora.
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