As pessoas fazem exigências aos nomes que se tornam conhecidos de forma singular, não há diferença entre uma criança prodígio, um compositor, um poeta, um assassino.
Há um que quer ter o seu retrato, o outro o seu autógrafo, um terceiro pede dinheiro, todos os colegas mais novos mandam os seus trabalhos com muitas lisonjas e pedem uma apreciação, e tanto faz não dar resposta como expressar a sua opinião, de repente aquele que venerava fica furioso, torna-se cruel e quer vingança.
As revistas querem publicar o retrato do homem, os jornais contam a sua vida, as suas origens, falam do seu aspecto. Colegas de escola fazem-se conhecidos, e parentes distantes queriam já há anos dizer que o primo havia de ser famoso.
Hermann Hesse
(Calw, 1877 – Montagnola, 1962) escritor alemão que às vezes usou o pseudônimo Emil Sinclair; Ele ganhou o Prêmio Nobel em 1946. Descendente de uma família de missionários pietista, foi projetado para estudar teologia em 1891 e enviado para o seminário de Maulbronn.
No livro “Gertrud”