No mês de junho, a comunidade LGBT+ no Brasil e seus mais de 20 milhões de integrantes, segundo estimativa recente da Jus Brasil, comemoraram o Mês do Orgulho e suas datas significativas.
Nesse meio-tempo, um estudo australiano revelou que opiniões consideradas preconceituosas ou ofensivas contra casais do mesmo sexo são apoiadas sobretudo por indivíduos de baixa capacidade cognitiva e ligados a ideologias conservadoras.
Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, em um estudo que incluiu 11.564 australianos, analisou a relação entre inteligência e atitudes em relação a casais homossexuais.
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A pesquisa foi divulgada na revista Intelligence e baseou-se ainda em estudos anteriores que concluíram haver uma relação entre Q.I. (quoeficiente de inteligência) baixo e opiniões homofóbicas e racistas.
“Apesar da importância e da contemporaneidade do assunto, poucos estudos abordaram especificamente as ligações entre a capacidade cognitiva e as atitudes em relação às questões LGBT”, comentou o autor do estudo, Francisco Perales.
Todos os dados foram obtidos através do Projeto HILDA (sigla para Household, Income and Labour Dynamics in Australia), que regista dados, desde 2001, sobre 17 mil australianos acerca das suas relações domésticas e familiares, ordenadas em emprego, saúde e educação.
Com dados relativos ao ano de 2012, os pesquisadores puderam analisar as capacidades cognitivas das pessoas e os dados de 2015 deram respostas sobre as suas atitudes em relação à igualdade de direitos.
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Em resumo, os australianos participantes do estudo de Perales foram avaliados com três tipos de teste: o teste nacional de leitura para adultos, o teste de modalidades de dígitos de símbolo e o Backwards Digit Span.
Por fim, foi-lhes pedido que classificassem numa escala de 1 (discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente) se “os casais homossexuais devem ter os mesmos direitos que os casais heterossexuais”.
Ao final, concluiu-se que quem obteve notas mais baixas nos testes tinha maior probabilidade de discordar da afirmação.
“Este artigo acrescenta ao conhecimento já existente, pois fornece as primeiras análises das associações entre a capacidade cognitiva e as atitudes em relação às questões LGBT. Indivíduos com baixa capacidade cognitiva são menos propensos a apoiar direitos iguais para casais do mesmo sexo”, disseram os autores no estudo.
“Os resultados deste relatório sugerem que as estratégias destinadas a aumentar a frequência no ensino superior e a melhorar os níveis de capacidade cognitiva da população podem funcionar como alavancas importantes na neutralização do preconceito em relação a casais do mesmo sexo e pessoas LGBT”, concluíram.
Em contrapartida, uma teoria apresentada num estudo norte-americano de 2016 defende que pessoas com QI elevado podem ser tão preconceituosas quanto quem tem um QI inferior. A diferença? Os primeiros têm capacidades para esconder este tipo de preconceitos, ao passo que os demais, não.
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