Psicologia e Comportamento

Estudo mostra que superproteção dos pais pode diminuir expectativa de vida dos filhos; entenda

Os pais sempre querem o melhor para seus filhos e muitas vezes acreditam que protegê-los de todos os perigos é a forma mais segura de fazer isso. No entanto, um estudo recente publicado na revista Scientific Reports descobriu que a superproteção dos pais pode ter um impacto negativo inesperado em seus filhos, especialmente em relação à sua expectativa de vida.

A pesquisa, realizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e pela Universidade College London, analisou dados de 941 casos de óbito de participantes do Estudo Longitudinal de Saúde da Inglaterra. Antes de morrer, os voluntários responderam a um questionário sobre sua estrutura familiar, condições de vida, relações com os pais e outros fatores relevantes.

Leia também: Homem com 102 filhos e 578 netos “fecha a fábrica” e diz que não se lembra de todos

Os resultados foram surpreendentes. Os homens que relataram ter tido um pai superprotetor na infância e adolescência apresentaram um risco 12% maior de morrer antes dos 80 anos em comparação com aqueles que não relataram ter tido um pai com esse tipo de personalidade. Entre as mulheres, esse número foi ainda maior, com uma taxa de 22%.

No entanto, o estudo também encontrou resultados positivos. As mulheres que relataram ter recebido um alto nível de cuidado da mãe durante a infância e adolescência apresentaram um risco 14% menor de morrer prematuramente do que as que relataram ter sido negligenciadas pela mãe. Importante destacar que não foi encontrada nenhuma associação entre o pai e um alto nível de cuidado, apenas a mãe.

Em resumo, este estudo aponta para a importância da relação saudável entre pais e filhos. É importante que os pais encontrem um equilíbrio entre a proteção e o incentivo à independência, a fim de permitir que seus filhos se desenvolvam de forma saudável e completa. Além disso, é crucial que os pais sejam afetuosos e presentes em suas vidas, para que os filhos possam se sentir amados e apoiados.

“O mais interessante do nosso trabalho é que conseguimos mostrar em números o que já vem sendo discutido há alguns anos sobre parentalidade. As relações de cuidado e afeto com o pai e a mãe durante a infância e a adolescência têm repercussão na vida inteira, inclusive, como mostramos, impactam na longevidade. Com os resultados do nosso estudo comprovamos que as condições na infância precisam ser muito bem cuidadas e apoiadas por políticas públicas para que a velhice seja boa”, disse Tiago Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e coordenador da pesquisa, à Agência Fapesp.

Pais superprotetores ou autoritários podem ter um impacto negativo na saúde dos seus filhos, levando a hábitos insalubres e problemas psicológicos, incluindo aumento de estresse e risco de abuso de álcool e drogas.

A longevidade também é afetada por essa relação parental invasiva. As mulheres tendem a internalizar emoções negativas com mais frequência, o que pode levar a problemas mentais, enquanto os homens têm maior propensão ao alcoolismo e ao uso de drogas. Além disso, os homens que cresceram sem a presença de um dos pais tiveram uma probabilidade 179% maior de morrer antes dos 80 anos.

“Sabemos por meio de estudos na área da psicologia que todos esses fenômenos relacionados à relação parental mexem com o comportamento. Existe uma teoria que relaciona isso ao estresse. As pessoas que foram negligenciadas podem estar vivendo um nível de estresse ao longo da vida por conta dessas condições do passado, que vão reverberando. Isso aumenta a chance de desenvolverem doenças”, afirmou Alexandre.

Os pesquisadores ressaltam que as análises de mortalidade precoce realizadas são independentes das condições de doença e idade. Além disso, os participantes incluídos nessa análise nasceram na década de 1950 e 1960.

Assim, os resultados são um retrato de indivíduos que hoje teriam uma idade mais avançada (ao menos 60 anos) e não permite afirmar que eles valem para a geração atual. Mesmo assim, recomenda-se aos pais acharem o meio do caminho.

“Nem ser intrusivo a ponto de fazer com que a criança ou adolescente perca a autonomia, nem ser negligente e distante emocionalmente dos filhos. Essa questão do cuidado que tratamos neste estudo é justamente não negligenciar, cuidar com zelo, ser presente, mas não superproteger”, concluiu Alexandre.

Leia também: Mulher compra sofá usado, encontra cachorrinha dentro dele ao chegar em casa

Compartilhe o post com seus amigos! 😉

Fonte: Na Mídia (Fapesp)

Gabriel Pietro

Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.

Recent Posts

5 filmes estreantes na Netflix em dezembro para assistir com quem você gosta

Dezembro chegou com aquele clima de férias, e nada melhor do que aproveitar para maratonar…

6 minutos ago

Policial aposentado encontra tesouro de músicas inéditas de Michael Jackson em depósito na Califórnia – veja o que se sabe até agora

Imagine abrir um depósito e dar de cara com fitas inéditas de Michael Jackson?! Foi…

2 dias ago

Irmãs anunciam gravidez ao mesmo tempo e emocionam os pais com ‘surpresa em dobro’ – Veja o vídeo

Amanda Levi, 23, e Hannah Knoppel, 21, pegaram seus pais de surpresa ao revelar, juntas,…

2 dias ago

Jovem que perdeu os 2 braços em um acidente conseguiu reimplantá-los após ligar para hospital usando um lápis

Uma história de resiliência e coragem marcou a Dakota do Norte em 1992, quando John…

2 dias ago

Simulação bizarra revela o que aconteceu com a bebê que caiu em um cano e ficou presa por quase 60 horas

Em outubro de 1987, o Texas virou palco de um drama que paralisou os Estados…

2 dias ago

Globo e SBT fazem transmissão conjunta para homenagear Silvio Santos no Melhores do Ano – veja quando assistir

Neste domingo (15), um momento histórico promete emocionar os fãs de Silvio Santos. Globo e…

5 dias ago