Independentemente de idade, etnia, cultura ou origens, todos enfrentamos, em algum momento de nossas vidas, os questionamentos que uma vez ignoramos, mas que eventualmente emergem nas turbulências, revelando nossas lutas internas e revoltas contra o mundo que um dia acreditávamos conhecer. Este é o cerne da experiência humana, e o filme “Solteira, Casada, Viúva, Divorciada”, da diretora peruana Ani Alva Helfer, aborda de maneira perspicaz as complexidades dos relacionamentos amorosos e os inevitáveis desapontamentos que eles podem trazer.
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A obra mergulha no mundo de quatro mulheres – Constanza, Lorena, Daniela e Cecilia – que parecem, à primeira vista, controlar suas vidas e sentimentos.
No entanto, à medida que a trama se desenrola, essas mulheres se revelam como locomotivas sem freio, cada uma seguindo em direções que eventualmente colidirão umas com as outras.
Ani Alva Helfer e sua irmã, Sandra Alva Helfer, exploram as profundezas da alma dessas personagens, mostrando que elas estão longe de serem felizes e, ao contrário, carregam o peso do amargor que pode envenenar mesmo os espíritos mais resilientes.
Lore pode parecer uma executiva bem-sucedida e resignada com sua condição de solteira, enquanto Conny, uma atriz em decadência, se esforça para permanecer no controle, mas apenas consegue um papel em uma campanha publicitária para fixador de dentaduras.
As cenas cômicas do filme são trazidas à vida por Milene Vásquez e Katia Condos, enquanto Patricia Portocarrero interpreta Dani e Cecilia se destaca por expressar a melancolia que permeia o grupo em meio às paisagens ensolaradas e nostálgicas de Pacasmayo, um balneário ao norte do Peru onde passaram as férias na adolescência.
Gianella Neyra, no papel da viúva do grupo, traz ao filme a complexidade do luto, transformando-o em um melodrama emocional e equilibrado. O filme, no entanto, ganha um tom de realismo involuntário com a trágica notícia de que este é o último trabalho de Diego Bertie (1967-2022), um dos ícones do audiovisual peruano.
Sua atuação como Leonardo, o ex-marido repaginado de Conny, oferece um toque final de nostalgia e revivificação, tornando “Solteira, Casada, Viúva, Divorciada” um testamento às complexidades do amor e da vida, tanto na tela quanto fora dela.
Este filme na Netflix é uma jornada que nos faz refletir sobre nossos próprios relacionamentos e lutas, lembrando-nos de que, independentemente de nossas escolhas, todos compartilhamos a experiência da busca pelo amor e da aceitação de suas nuances.
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Fonte: CMLNC
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