O escritor Mia Couto, um dos principais escritores do continente africano, está de passagem pelo Brasil. E já prometeu voltar no segundo semestre para lançar seu próximo livro, As pequenas doenças da eternidade. Em entrevista à TV Brasil, ele falou sobre a obra de contos relacionados à pandemia de covid-19 e às memórias da sua infância:
“Tem a ver com a história da minha infância, da maneira como eu inventava para a minha mãe uma espécie de uma eternidade, em que ela seria guardada no tempo e da morte. A situação epidêmica que nós tivemos no período da pandemia está presente em cinco, seis histórias. A maneira como esta pandemia foi percebida em Moçambique – de que modo os moçambicanos olharam e não se deixaram intimidar. Digamos, para eles, nunca foi o fim do mundo”.
Com mais de 30 livros publicados e editados em mais de 30 países, Mia Couto abriu de maneira luxuosa a série internacional do Clube de Leitura do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. Na conversa com a repórter Flavia Grossi, também elogiou a produção literária brasileira e ressaltou a importância de Jorge Amado para países africanos que falam português:
Sobre a história de Moçambique e literatura
“Para nós, os africanos de língua portuguesa, nós temos uma dívida enorme com as referências que nos chegaram deste lado do mundo. E é preciso falar, em primeiro lugar, do Jorge Amado. Foi uma referência para nós absolutamente essencial, em todos os cinco países africanos de língua portuguesa. Esse nome ajudou a descobrir-nos à nós próprios”, disse o escritor Mia Couto.
Como alguém que viu a guerra de perto, já que viveu em Moçambique durante os 16 anos de confronto civis que deixaram um milhão de mortos, ele avalia que a literatura também pode contribuir para uma cultura de paz:
“Acho que a literatura tem este papel de humanizar o outro – mesmo que o outro seja o adversário, seja o inimigo. A guerra começa antes do primeiro disparo: a guerra começa neste processo de desumanização do outro. E a literatura é uma forte resistência contra este processo de desumanizar o outro”.
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Considerado como um dos escritores mais importantes do mundo, com obras traduzidas em idiomas como inglês, alemão e francês, Mia Couto tem uma obra literária extensa e diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas. Além disso, já foi vencedor de alguns dos mais prestigiados prêmios de literatura no mundo, como o Prêmio Camões.
A entrevista completa você acompanha nos sites da TV e da Agência Brasil.
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