Publicado originalmente em Sou Mamãe
A verdade é que quanto mais cedo as crianças aprendem a rir de si mesmas, melhor será. Uma criança que sabe assumir uma piada, que entende o significado literal e figurativo das coisas, geralmente é mais segura de si mesma e também mais assertiva e corajosa.
Aprender a aceitar piadas e canalizá-las de uma maneira boa e a rir de si mesmo faz parte de um período chamado de maturidade emocional que dá às crianças uma força muito útil e necessária nos altos e baixos da época da escola primária, entre outros momentos da vida.
Essa capacidade de levar as coisas com humor não só irá prepará-la para levar uma vida adulta completa, satisfatória e, definitivamente, mais feliz, mas também pode se tornar uma espécie de camada protetora diante de situações complicadas de seu desenvolvimento.
No entanto, a capacidade de rir de si mesmo não imuniza a criança contra coisas mais graves e problemas de violência interpessoal como o bullying, que geralmente não são nenhuma brincadeira.
A criança deve ter consciência de que rir de si mesmo não é o antídoto definitivo para o vitimismo as tentativas de abuso dos outros.
Aprender a rir de si mesmo mostra um sinal de inteligência, equilíbrio e maturidade emocional, já que proporciona segurança e confiança à criança. E esta é uma vacina eficaz para lidar com certos fenômenos de bullying.
No entanto, deve se levar em consideração que, em um cenário de possível bullying ou abuso escolar, quando uma criança mostra sinais de ter um perfil de segurança, o agressor geralmente não age. Se ele tenta, a criança sabe se defender, sabe como pedir ajuda, conhece seus direitos e mais.
A vida pode ser levada com humor
O dia a dia de todos, especialmente das crianças, nos apresenta muitas realidades e experiências. Todas as manhãs, temos que enfrentar a vida com sinceridade e, às vezes, devemos enfrentar situações desconfortáveis.
O ideal é fazê-lo da melhor maneira que sabemos para chegar ao fim do dia o mais inteiros possíveis. Uma das ferramentas mais eficazes que temos para conseguir isso é o senso de humor.
Em muitas ocasiões, essas verdades ditas sem humor e tentando ferir acabam sendo muito duras e podem enfraquecer a frágil autoestima da criança ou suas relações interpessoais no futuro. Algo que acontece com muita frequência.
Entre as dicas capazes de ajudar a resolver qualquer déficit de autoconfiança, está a descoberta de que somos todos humanos e, portanto, erramos e que também é possível aprender a rir de nossas próprias falhas para, inclusive, aprender com elas.
Uma maneira de conseguir isso é através de brincadeiras. A brincadeira é o modo de aprendizagem mais natural e é uma ótima maneira de motivar a curiosidade, a criatividade e a coragem.
Na Finlândia, onde possuem um dos sistemas educacionais de melhor desempenho do mundo, as crianças não fazem outra coisa além de brincar até os sete anos de idade.
Rir de si mesmo melhora a autoestima
Uma ferramenta determinante para encarar muitas situações da vida é o senso de humor, o qual nos ajuda a melhorar nossa autoestima, isto é, a relação entre nossa imagem real e a ideal. Quando há uma diferença muito grande entre as duas, fala-se que há baixa autoestima.
O senso de humor faz com que essa distância desapareça. Nesse momento, uma criança é capaz de rir de suas falhas, seus complexos e seus obstáculos, entre outros. A criança já não pede o reconhecimento dos outros para se sentir bem consigo mesma e se aceita assim como é.
Este estado de maturidade emocional se deve apenas e exclusivamente a ter desenvolvido desde a infância um invejável senso de humor? A resposta exigiria incluir outras habilidades sociais, como aprender a dizer “basta”.
No ambiente escolar, há situações como o bullying, em que o humor perde protagonismo em favor do amor-próprio e da firmeza, já que a linha que divide a piada saudável da agressão é muito tênue.
Como distinguir uma da outra? Pois uma piada só pode ser considerada como tal quando todos acabam sendo cúmplices e ninguém se sente ferido. Caso contrário, já não se estaria falando de um humor positivo, mas sim o contrário.
Atualmente, os casos de bullying nas salas de aula ocorrem com mais frequência. Se o bullying escolar fosse apenas sobre piadas simples, a situação poderia ser neutralizada com uma forte personalidade. No entanto, não é assim.
O assédio que é visto hoje em dia significa que a vítima é submetida a estresse e violência por um tempo prolongado, o que gera um desconforto significativo em sua vida diária.
Seria muito arriscado dizer que, tendo uma personalidade forte, as consequências diretas do bullying seriam menores.