Nessa última semana, a cidade de Tarauacá, no interior do Acre, sofre com uma das maiores enchentes da sua história. São 90% do território alagado, e centenas de pessoas desabrigadas.
Uma cena protagonizou a situação nesse último domingo (21): um médico atende uma criança dentro da água. “Essa criança tem dois anos e está com pneumonia.”
O rio está está 1,55 acima do nível máximo estipulado para transbordar, que é de 9,50 metros de acordo com a medição do Corpo de Bombeiros feita às 6 horas deste sábado (20).
A foto mostra o médico com a água acima da cintura, ouvindo os batimentos de uma criança com um estetoscópio, enquanto a mãe segura o filho no colo dentro de uma canoa. Tirada pelo fotógrafo Lucas Melo que passou a acompanhar a equipe médica afim de retratar a situação que estão vivenciando.
“A maior dificuldade em consultar é deixar um barco próximo ao outro. Então, é mais fácil ficar fora e dentro da água e consultar as pessoas dentro do barco, assim, temos uma mobilidade melhor. É a maior alagação que vivenciei no município e que está afetando mais as pessoas. Essa criança tem dois anos e está com pneumonia. Conseguimos remédios com uma farmácia local e saímos também distribuindo a medicação, porque não adianta dar só a receita se a família não tem condições de comprar”, contou o médico.
Com mais de 80 famílias desabrigadas e 35 desalojadas, a cidade foi totalmente afetada. Foram montados oito abrigos para atender os moradores que precisaram sair de casa. Pelo menos 7 mil famílias, o que representa em média 28 mil pessoas, estão atingidas pelas águas do rio.
O médico, que também é ex-prefeito de Tarauacá, disse que a família da criança não saiu de casa, mesmo com a água dentro da residência. A mãe do menino falou para a equipe médica que tem medo de sair do local e furtarem os móveis.
“A gente tem tentado atender da forma que é possível, se for dentro da água vamos; se for nas casas também entramos; se for situação de um local mais afastado também vamos, porque as pessoas estão isoladas. No lugar de estarem procurando os médicos, atendimentos, nós que temos que procurar porque estão isoladas. Mais da metade dos postos de saúde está debaixo d’água , então, até para procurar os atendimentos é difícil, é algo que compromete o funcionamento básico de uma cidade”, lamentou.
Além do sofrimento causado pela enchente, a cidade sofre um surto de dengue: “O povo está passando uma necessidade grande, acabou o auxílio emergencial, hoje fui em uma casa entregar sopa que o pessoal não tinha tomado café e nem almoçado. Só iam comer a sopa. O que estamos tentando fazer é amenizar o sofrimento, levando uma sopa, atendimento, pão, para ver se consegue ajudar uma parte da população”, acrescentou.
Sobre o sentimento de impotência que se tem de ser médico nessa situação ele disse: “É um misto de sentimento, de esperança, porque estamos tentando ajudar, mas também de impotência, porque a força da água é muito grande. Estamos em uma encruzilhada, o pouco que fazemos não vai resolver todos os problemas, mas fazemos nossa parte. Teve uma pessoa hoje, quando fomos distribuir a sopa, que falou: ‘doutor, a gente quer que a água baixe’. Falei que não podia ajudar dessa forma, mas com um atendimento e sopa podia”, relembrou.
Fonte indicada e adaptada: G1
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