O empresário sul-africano Elon Musk, dono de uma fortuna avaliada em US$ 139 bilhões (mais de meio trilhão de reais), usou o Twitter, rede social adquirida por ele há cerca de um ano, para debochar de um funcionário da plataforma.
Em um tuíte anterior, Halli Thorleifsson havia questionado ao magnata se ele havia sido demitido, uma vez que não conseguia acessar o sistema há mais de uma semana.
“Seu chefe de RH não pode confirmar se estou empregado ou não”, disse Halli, ao que Musk respondeu: “Que trabalho você tem feito?”.
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Em entrevista à BBC, Halli explicou que após 9 dias sem acesso ao workstation, não sabia se havia sido demitido ou não. Após uma série de perguntas feitas por Musk no próprio Twitter, o funcionário enfim recebeu um e-mail confirmando que havia sido demitido.
Halli, de 45 anos, era diretor sênior de design de produto do Twitter. “Minha incerteza em relação ao meu trabalho era estranha e extremamente estressante”, lamentou ele à rede britânica.
“Abri meu computador no domingo de manhã, nove dias atrás, e vi que a tela estava cinza e trancada, indicando que eu estava impedido de entrar nas minhas contas no Twitter”, recorda.
“Depois que alguns dias se passaram, comecei a entrar em contato com as pessoas, incluindo Elon e o chefe do RH para perguntar sobre minha situação.”
“Desde então, o chefe de RH me mandou e-mail duas vezes e não foi capaz de responder se eu era ou não funcionário do Twitter”.
Frustrado, Halli publicou um tuíte destinado ao dono da empresa, Elon Musk.
Dear @elonmusk 👋
9 days ago the access to my work computer was cut, along with about 200 other Twitter employees.
However your head of HR is not able to confirm if I am an employee or not. You've not answered my emails.
Maybe if enough people retweet you'll answer me here?
— Halli (@iamharaldur) March 6, 2023
“Talvez se pessoas suficientes retuitarem, você me responderá aqui”, escreveu.
Pouco depois Elon Musk respondeu, perguntando inicialmente o tipo de trabalho que ele fazia na empresa.
What work have you been doing?
— Elon Musk (@elonmusk) March 7, 2023
Vários tweets depois, Halli forneceu uma lista de coisas que ele havia feito na companhia. A troca de mensagens terminou com Elon Musk postando dois emojis dando risada.
🤣🤣
— Elon Musk (@elonmusk) March 7, 2023
Horas depois, Halli recebeu uma mensagem do departamento de recursos humanos do Twitter, que comunicou que ele havia sido demitido.
Nesse meio-tempo, o magnata criticou abertamente o funcionário: “A realidade é que esse cara (que é independentemente rico) não fez um trabalho real, deu como desculpa que tinha uma deficiência que o impedia de digitar, mas estava tuitando simultaneamente sem parar”.
“Não posso dizer que tenho muito respeito por isso”, completou.
Halli é um empreendedor islandês que vendeu sua empresa, uma agência de design criativo chamada Ueno, para o Twitter no início de 2021 — depois de fundar a empresa em Reykjavik, capital da Islândia, em 2014.
No contrato de aquisição, o Twitter se comprometeu a contratá-lo como funcionário sênior em tempo integral.
“Decidi vender por alguns motivos, mas um deles é que tenho distrofia muscular e meu corpo está lentamente me deixando na mão”, disse ele à BBC.
“Eu tenho alguns bons anos de trabalho que me restam, então essa foi uma maneira de encerrar minha empresa e preparar minha vida e da minha família para os anos em que não conseguirei fazer tanta coisa”.
Agora, Halli diz ter medo de que Elon Musk não honre o contrato que assinou com o Twitter quando vendeu sua empresa para eles.
“Isso é extremamente estressante. Este é o meu fundo de aposentadoria, uma maneira de cuidar de mim e da minha família à medida que minha doença avança. Ter o homem mais rico do mundo do outro lado disso, potencialmente se recusando a cumprir um contrato, não é fácil para eu aceitar”, afirmou.
Desde o início do ano, Musk teria demitido mais 200 funcionários do Twitter. Na prática, a rede social conta agora com cerca de 2 mil funcionários, apenas uma fração do que tinha antes do magnata assumir o controle da companhia.
No auge, o Twitter tinha 7,5 mil funcionários. “As empresas mandam as pessoas embora, é direito delas”, afirma Thorleifsson.
“Elas geralmente informam as pessoas sobre isso, mas essa parte parece ser opcional no Twitter agora.”
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Fonte: IGN