O esquema Golden Visa foi introduzido em 2012, na sequência da quebra do mercado imobiliário global de 2008, pelo governo português como uma forma de estimular o mercado imobiliário do país. O conceito era simples e eficaz, tentar atrair o investimento estrangeiro para a economia portuguesa, oferecendo residência permanente a qual poderia vir a ser convertida em passaporte português. Um passaporte que oferece acesso sem visto a 186 países, incluindo o resto da União Europeia, tornando-o um dos passaportes mais poderosos do mundo. O esquema foi um sucesso retumbante e atraiu quase 10.000 investidores, a maioria dos quais eram chineses ou brasileiros, e arrecadou mais de 5,2 bilhões de euros para a economia portuguesa em investimento imobiliário.
No entanto, a maioria dos investimentos imobiliários centrou-se nas cidades costeiras do país, sendo as propriedades em Lisboa, Porto e Algarve entre as mais procuradas. Embora isso tenha ajudado a estimular a economia do país, também ajudou a exacerbar um problema que vinha se agravando desde a década de 1960, o do desequilíbrio populacional. O interior português tem tido problemas com o envelhecimento da população e consequente declínio populacional ao longo de décadas, causando uma estagnação da economia e um mercado da habitação que continua a ficar atrás das cidades litorâneas.
Em resposta a este problema o governo português vai mudar as regras do regime do Golden Visa numa tentativa de estimular o interior do país e áreas de menor densidade. Lisboa tem sido tradicionalmente a área de investimento mais popular e também atraiu uma grande comunidade brasileira de mais de 120.000 habitantes. O polo económico do país continua a ser um destino extremamente atrativo para quem pretende deslocar-se a Portugal de um destino não europeu, devido aos seus preços de aluguel mais baixos em comparação com outras capitais da região como Londres ou Paris, e à abundância de oportunidades profissionais que daí advêm. qualquer metrópole próspera.
As novas regras do esquema removerão cidades como Lisboa e Porto da elegibilidade e tentarão empurrar o investimento para o leste. O projeto vai exigir um investimento mínimo de 280.000€ (o qual é consideravelmente inferior ao investimento exigido para as cidades litorâneas de 350.00€ a 500.000€) para uma propriedade com mais de 35 anos e numa zona de baixa densidade. Não somente a diferença nos valores de investimento como a atual facilitação de transações e investimentos online por meio de plataformas digitais (com sites como a Imovirtual) são fatores que, sem dúvida, estão dando o empurrãozinho econômico que o governo procura. A mudança mais drástica será o aumento do mínimo de transferência de capital exigido para quem não deseja adquirir um imóvel, já que o mínimo passou a ser de 1,5 milhões de euros, quando anteriormente era de 1 milhão de euros.
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