Psicologia e Comportamento

Depois da primeira mentira, toda verdade se torna dúvida

Texto de Sara Espejo publicado originalmente em Rincon del Tibet

Bem disse um homem sábio, quando seu discípulo perguntou-lhe:

– O que você ganha dizendo uma mentira?

– Não acreditem em você quando disser a verdade.

Mentiras são como tinta escura derramada em água límpida: pode ser uma única gota, mas alcança um volume muitíssimo maior que ela mesma e imaginemos quanta água temos que adicionar para que as propriedades sejam ao menos similares… É um trabalho árduo recuperar a confiança que em algum momento se perdeu.

Às vezes, ambas as partes querem recomeçar, este é sem dúvida o melhor cenário, no entanto, a inclinação é muito íngreme … a estrada pode deixar exausto o mais bem disposto. O que geralmente acontece é que a tendência à desconfiança é mantida, que algum erro do passado que causou essa lacuna que agora está sendo fechada seja trazido ao presente.

Não é vida para nenhuma das partes permanecer em uma relação na qual se deva estar argumentando o que se diz e defendendo verdades ante as dúvidas da outra parte, enquanto essa pessoa que dividade leva em sua voca o mau sabor de haver sido enganada e o medo de voltar a passar por isso.

Não devemos generalizar, mas certamente há uma tendência a repetir comportamentos que identificam cada pessoa… Pelo que, sem desânimo, provavelmente quando se descobrir a primeira mentira, junto a ela se descobriram umas tantas mais e, com sorte, não haverá uma cadeia posterior a elas.

A honestidade pode ser um valor até desprezado por alguns, que preferem viver à sombra de uma mentira, o que pode evitar um pouco de dor, no entanto, isso geralmente é uma proteção de curto prazo, porque o mais comum é ver mentiras sendo descobertas, quebrando corações.

Vamos tentar assegurar que a verdade ocupe um lugar prioritário em nossas vidas, em nossos relacionamentos, que nossa palavra tenha valor e não seja uma fonte de dúvida sem qualquer valor. Talvez seja complicado lidar com algumas informações, mas devemos ser responsáveis ​​por nossas ações. Pense antes de agir e valorize nossos relacionamentos, a prevenção é preferível, antes de decidir sobre ações que geram problemas em nossos relacionamentos.

Dê ao outro a oportunidade de lidar com a nossa verdade, de decidir o que fazer com ela, mesmo sabendo que dói, ou que agimos de forma inadequada e até correndo o risco de perder um vínculo com essa pessoa, isso fala de algo a respeito e no momento,e se ponderando e decidindo, terá algum valor.

Por: Sara Espejo – canto do Tibete

Revista Pazes

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