Provavelmente, você já passou por isso: um dia, sem mais nem menos, uma voz interior lhe sussurrou “vá lá, faça tal coisa e dê vida àquele sonho dourado”. Numa situação como essa, não há meio-termo: ou você acolhe essa intuição ou a ignora. Se você deixar a mente analítica falar mais alto, certamente não fará nada. Porque geralmente não existe nenhum elemento concreto na realidade que sustente essa voz. Em um discurso proferido no ano de 1918, o simpático e linguarudo Albert Einstein, afirmou que seu objetivo como cientista era chegar àquelas leis elementares a partir das quais o Universo foi construído. Mas como chegar lá? A resposta do próprio físico foi surpreendente: “Não há um caminho lógico que conduza até essas leis; apenas a intuição, baseada no conhecimento afetivo da experiência, pode conduzir a elas…”.
Pressentimento como ferramenta de um cientista? Você deve estar surpreso, imagino. A questão é que Einstein sabia fazer a ponte entre o sexto sentido e o pensamento analítico. Ao empacar numa ideia, mergulhava no silêncio (um transe meditativo) para acessar esse conhecimento. Exercitar a intuição: aí está o pulo do gato. Quando fui à Turquia pela primeira vez, em 2007, era difícil encontrar brasileiros. Minha intuição dizia, no entanto, que o país iria encher de brasileiros se eu divulgasse a ideia por aqui. Eu não tinha nenhum dado palpável que pudesse confirmar a tese. Mas sabia que estava certa, ainda que este saber não tivesse “lógica”
Indo além do racional, eu comecei a viver uma espécie de transe provocado pela grandiosidade e beleza daquele lugar. Percebi que aquele não era apenas mais um ponto turístico que eu conhecia. Algo muito especial estava codificado ali. O incrível é que, ao ouvir a intuição, passei a receber sinais de que estava no caminho certo. Para todos os lados que olhava na Turquia, via a possibilidade de negócios. Quando voltei ao Brasil, comecei a agir de forma sistemática para dar vida àquela faísca interior, porque o sonho precisava ser alimentado com a ação! Para encurtar a história, dois meses depois me encontrei com o ministro da cultura turco. O acolhimento e apoio dele foram fundamentais para dar o passo seguinte: abrir uma agência capaz de intermediar negócios entre os dois países. E aqui chegamos a outro ponto fundamental: para realizar o impossível é preciso cercar-se de pessoas que encorajam o seu sonho. Sempre haverá aqueles que duvidarão de você, principalmente se estiver fazendo algo baseado apenas no seu sexto sentido. Vivenciei muito isso. Mas cinco anos depois de minha primeira ida à Turquia, aquele país estava cheio de brasileiros. Claro que trabalhei com afinco, houve muito empenho envolvido na divulgação, inclusive uma novela em horário nobre, a qual eu tive o privilégio de participar, mas o que parecia impossível tornou-se realidade. Aquela viagem foi uma grande afortunada descoberta feita aparentemente por acaso. Eu alimentei o meu sonho com determinação e algo que parecia impossível tornou-se algo extraordinário.
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