Coronavírus

Conselho de Medicina autoriza, mas não recomenda, hidroxicloroquina no início da Covid-19

Conforme divulgado hoje pela imprensa nacional, especialmente a Folha de São Paulo, após reunir-se com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, o Conselho Federal de Medicina autorizou o uso do medicamento em diferentes situações, incluindo no início de sintomas sugestivos de Covid-19 e em ambiente domiciliar.

O anúncio foi feito pelo presidente do CFM,Mauro Luiz Britto Ribeiro, após reunir-se com o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Nelson Teich.

Na ocasião, Ribeiro entregou às autoridades um parecer do conselho sobre a administração da substância em pessoas com Covid-19.

Muito embora tenha autorizado o uso em pacientes em estágio inicial da doença, o presidente do CRM afirma que: “Não existe nenhuma evidência científica forte que sustente o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid. É uma droga utilizada para outras doenças já há 70 anos, mas em relação ao tratamento da Covid não existe nenhum ensaio clínico prospectivo e randomizado, feito por grupos de pesquisadores de respeito, publicados revistas de ponta, que aponte qualquer tipo de benefício do uso da hidroxicloroquina no tratamento”.

Frisou ainda que a utilização precoce não é recomendada pela entidade, mas somente autorizada e que o CFM não autoriza o uso preventivo da hidroxicloroquina.

Se o médico decidir utilizar a droga, isso deve ser, em toda e qualquer circunstância, uma decisão compartilhada com o paciente: “É também uma decisão compartilhada com o paciente, em que o médico explica que não existe nenhum benefício provado da droga no uso da Covid e os riscos que a droga apresenta.

Questionado sobre o que levou o CRM a liberar o uso do medicamento sem evidências científicas de sua eficácia, o presidente da entidade médica asseverou que: “o coronavírus é uma doença devastadora e que, portanto, a entidade deu maior peso a relatos observacionais —quando o médico descreve a evolução de pacientes após o uso de determinada substância, sem o mesmo valor do que análises científicas”.

Ademais, Ribeiro ressalta que: “Não podemos desprezar essa informação no momento”, disse. “Em outra situação muito provavelmente o CFM não liberaria o uso da droga a não ser em caráter experimental. Mas, diante dessa doença devastadora, a opção foi dar um pouco mais de valor ao aspecto observacional de vários médicos, importantes e sérios.”

Para ler a reportagem completa, acesse o jornal Folha de São Paulo

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