Em 2016, vivemos o quarto centenário da morte de Miguel de Cervantes Saavedra, O mais célebre dos escritores espanhóis; autor do imortal D. Quixote de la Mancha.
A primeira parte do célebre romance foi escrita em 1605, do qual em pouco tempo foram vendidos trinta mil exemplares. Contudo, o autor só viria a concluir esta obra dez anos mais tarde. Cervantes deixou ainda, entre outros trabalhos, as Novelas exemplares (1612), uma coleção de contos que por si só já lhe daria direito a ocupar lugar de destaque nas letras; Viagem ao Parnaso (1614), revista dos poetas do tempo; Persiles e Sigismunda (1617), romance cheio de excentricidades, e diversas comédias, entre as quais se destacam O labirinto de amor, O valente espanhol e O juiz dos divórcios.
A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“O amor não é senão o desejo; e assim, o desejo é o princípio original de que todas as nossas paixões decorrem, como os riachos da sua origem; por isso, sempre que o desejo de um objecto se acende nos nossos corações, pomo-nos a persegui-lo e a procurá-lo e somos levados a mil desordens.”
– Miguel de Cervantes, em “A Galateia”.
“Onde há música não pode haver coisa má.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“Se o poeta fosse casto nos seus costumes, os seus versos também o seriam. A pena é a língua da alma: como forem os conceitos que nela se conceberem, assim serão os seus escritos.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“Cuide de vossa graça, pois aqueles ali não são gigantes, mas moinhos de vento, e aquilo que pensais serem braços são as pás que, girando o vento, movem a mó.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“O poeta pode contar ou cantar as coisas, não como foram mas como deviam ser; e o historiador há-de escrevê-las, não como deviam ser e sim como foram, sem acrescentar ou tirar nada à verdade.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“Come pouco ao almoço e menos ainda ao jantar, que a saúde de todo o corpo constrói-se na oficina do estômago.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“Feliz de quem recebeu do céu um pedaço de pão e não precisa de agradecer a ninguém além do próprio céu.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“As obras que se fazem depressa nunca são terminadas com a perfeição devida.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são.”
– Miguel de Cervantes, em “Dom Quixote”.
“Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas torna os homens ponderados.”
– Miguel de Cervantes, em “Conversa de cães”.
“O deleite imaginado é muito maior que o gozado, embora nos verdadeiros gostos deva ser o contrário.”
– Miguel de Cervantes, em “Conversa de cães”.
Fonte: © Pesquisa, seleção e organização: Elfi Kürten Fenske
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