Uma cadelinha da raça shih tzu faleceu na última segunda-feira (17) após enfrentar um cão pit bull, que queria atacar sua pequena dona: uma menina de apenas 8 anos que vive em Bauru (SP).
De acordo com o portal G1, a cachorra não resistiu aos ferimentos de mordida, falecendo menos de 24 horas após o ataque.
Conforme contou a psicóloga Thaynara Milano, mãe da pequena Larah, sua cadelinha Lilica e um outro doguinho da família estavam na frente de casa quando o pit bull do vizinho escapou.
“Sentei ali na calçada junto dela e fiquei olhando. A Lilica e o Bola, que é filho dela, saíram e ficaram ali na calçada comigo. Eles sempre ficam ali com alguém junto. Foi tudo muito rápido. O pitbull do vizinho simplesmente abriu o portão e foi para cima da Larah. Nisso, a Lilica se assustou e foi para frente. Foi aí que ele pegou a Lilica e não soltava”, lembrou a psicóloga.
Desesperada e sem opções, ela não pensou duas vezes: levou a filha para dentro de casa e gritou por ajuda, ao passou que tentava fazer alguma coisa que separasse os animais.
“O Bola pulou em cima dele, mordeu, latiu, brigava, e ele [o pit bull] não soltava. A minha reação foi o desespero. Peguei a Larah para entrar para dentro de casa, gritei meu pai que estava na sala vendo um jogo”, relembrou.
Eventualmente, os vizinhos saíram na rua e tentaram ajudar Thaynara, mas já era tarde demais. O cão pit bull só soltou a cadelinha quando um dos moradores da rua o pegou pelo pescoço e o tirou dali.
“Foram cerca de 5 minutos nessa tortura. Ele andou com ela por quatro quarteirões. Vizinhos saíram com balde de água e objetos na tentativa de conseguir fazê-lo soltar a Lilica, mas ele corria, e ninguém acertava. Minha irmã ficou sem reação no chão. Um moço passou de carro e disse que tinha que pegar no pescoço dele. Foi aí que um vizinho sentou em cima dele, pegou no pescoço, e ele soltou”, disse Thaynara.
Ao ser confrontado, o pit bull ficou assustado e correu de volta para a casa dos donos, que não estavam por ali no momento da tragédia.
Nesse momento, Thaynara segurou o portão para que ele não saísse novamente.
“Lilica ficou muito machucada. Aí meu pai a pegou, enrolou em uma toalha e colocou dentro do carro. Um vizinho ligou para uma veterinária e disse que ela estava esperando a gente. Eu estava tão nervosa, que coloquei no GPS e fui seguindo. Quando chegou lá, a veterinária foi clara, dizendo que o estado dela era grave e precisava suturar os machucados. Mas Lilica estava com os sinais vitais muito baixos e não daria para sedar naquele momento. Ela passou a noite internada”, relatou a psicóloga.
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No dia seguinte, pela manhã, a cadelinha melhorou e foi possível realizar a sutura das mordidas. Infelizmente, horas depois, ela teve uma parada cardíaca e morreu, aos 6 anos.
“[Nesta segunda] Minha mãe e irmã visitaram a Lilica de manhã e ela estava bem. A veterinária disse que conseguiu fazer a sutura, fez os raios x e, como não tinha lesão ou fratura, só precisava estabilizar a saturação e tudo. E disseram que quando ela estabilizasse já poderia dar alta para ela. A veterinária pediu também para levar almoço para ela, e minha mãe me chamou para ir junto”, disse a psicóloga.
“No meio do caminho, o celular tocou e disseram que ela havia morrido. Começaram a reduzir os sedativos para dor, porque a Lilica tinha apresentado melhora e o coração não aguentou”, completou.
A família agora está de luto. “Se fosse com a Larah, nem sei o que faria. O pit bull foi em direção a ela, a Lilica salvou minha filha. Larah está muito abalada com toda a situação”.
Na terça-feira (18), Thaynara registrou um boletim de ocorrência online e foi até uma delegacia de Bauru (SP) para prestar queixa.
Segundo policiais, o caso será investigado como omissão cautela na guarda/condução de animais. Os donos do pit bull não estavam em casa na hora do ataque.
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Ao tomarem conhecimento do que havia acontecido, eles imediatamente entraram em contato com a família de Thaynara e ofereceu ajuda na clínica.
“Ele foi no veterinário ajudar, totalmente arrasado, chorava, perdia perdão e desculpa. Ele disse que iria arcar com todas as despesas e lamentou muito. Ele contou para gente que saiu para trabalhar e bateu o portão, travou e não trancou. E que ele sempre faz isso, e nunca tinha acontecido nada”, lamentou a psicóloga.
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