A Tragédia de Macbeth, lançado em 2021, traz uma versão ousada e visualmente deslumbrante da clássica peça de Shakespeare. Com Denzel Washington no papel-título e direção de Joel Coen, o filme é pelo seu visual monocromático, que evoca uma atmosfera quase onírica, ao mesmo tempo em que mergulha o espectador na escuridão… Literalmente!
Agora disponível no streaming da Apple TV+, essa adaptação é um prato cheio para quem aprecia cinema autoral, carregado de simbolismos e esteticamente impecável.
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Denzel Washington dá vida a Macbeth, o general escocês que, seduzido pelo poder e por profecias sombrias, embarca em uma espiral de ambição e violência. A atuação de Washington é hipnotizante, equilibrando fragilidade e brutalidade enquanto Macbeth se aproxima do abismo.
Sua presença em cena é intensa, transmitindo todas as nuances de um personagem que, ao mesmo tempo em que se consome pelo desejo de controle, também luta contra o peso de suas ações. Ao lado de Frances McDormand, que interpreta Lady Macbeth, o casal dá uma nova dimensão à tragédia, com performances que marcam pela entrega e força dramática.
A escolha visual de filmar em preto e branco é um dos aspectos mais comentados dessa versão de Macbeth. O diretor Joel Coen aposta em uma estética minimalista, com cenários geométricos e sombras profundas, o que cria uma sensação de deslocamento e irrealidade.
Cada cena parece uma pintura em movimento, e os enquadramentos rigorosos intensificam a claustrofobia do enredo, em que traições e conspirações se desenrolam em um cenário quase atemporal.
Essa combinação de estilo visual com o texto de Shakespeare faz de A Tragédia de Macbeth uma experiência cinematográfica única, que vai além das palavras e envolve o espectador de forma sensorial.
Ao optar por uma abordagem mais teatral e abstrata, Coen consegue captar a essência da peça original, mas sem se prender a adaptações literais ou realistas. As famosas bruxas, por exemplo, são representadas de maneira perturbadora e enigmática, intensificando a atmosfera bizarra que permeia toda a narrativa.
A decisão de explorar os limites entre o real e o imaginário dá ao filme um caráter de fábula sombria, onde o espectador nunca sabe ao certo o que esperar da próxima cena.
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