Banksy, “grafitter”, pintor, ativista político e diretor de cinema britânico, é conhecido mundialmente por espalhar obras de arte irreverentes nas ruas, que modificaram concepções, incitaram à reflexão e alteraram a forma como os “graffitis” são vistos hoje em dia. O artista dá cor às ruas com “graffitis” de diferentes estilos, instalações, “stickers” e outros gêneros de projetos artísticos, que têm o propósito de elaborar duras e sarcásticas críticas à política, à sociedade em geral e à guerra do mundo contemporâneo.
Apesar do seu trabalho ter começado em Bristol, no interior de Inglaterra, as suas obras difundem-se pelos muros de todo o mundo: da Europa aos Estados Unidos da América, de Londres a Nova Iorque, de Los Angeles a Israel. Este fato, aliado ao anonimato do artista, faz com que a sua descrição seja a sua própria localização: “De Banksy, importa menos a pessoalidade; sua descrição é sua localização; ele é sua localidade.” (Schneedorf, José)
Apesar de toda a fama, que lhe é concedida pelo seu admirável trabalho, Banksy não deixa de ser um incógnito para a humanidade. Se uns dizem que “o homem por trás do muro” se chama Robert Banks, que ronda os 40 anos de idade e é natural de Bristol, outros afirmam que se trata de Robin Banks, nascido em Bristol, no dia 28 de julho de 1973, havendo ainda quem prefira Robden. “But, who knows?”
Será que se pode considerar Banksy um artista de intervenção? Atualmente, a intervenção é assumida como uma manifestação artística legítima. Contudo, quando não é autorizada, é vista como um ato de puro vandalismo, questão que tem originado um rol de debates. É, portanto, através do humor, da ironia e da crítica que a intervenção desencadeia alterações no rumo normal do quotidiano. Mesmo não estando a par da sua verdadeira identidade, podemos afirmar que Banksy é um especialista na sua área, já que grande parte do seu trabalho se encontra dividido entre a arte e a presença de uma (constante) ironia sarcástica, que faz dele um dos artistas mais conhecidos e ousados do mundo.
Banksy acredita que “os maiores crimes do mundo não são cometidos por pessoas quebrando as regras, mas por pessoas seguindo as regras.”. As suas obras contra a autoridade e o poder estão carregadas de significado social. O artista procura, através de telas e murais, elaborar, de forma agressiva e sarcástica, um conjunto de críticas sociais, comportamentais e políticas. Banksy pretende criar uma ponte de ligação e uma sensação de identidade com os seus observadores. Apesar de não seguir o ramo da caricatura, a primeira reação de quem observa as suas obras é de riso espontâneo e genuíno.
Mas as ruas não são o único espaço de atuação artística. O artista de guerrilha ‘apodera-se’ de outros espaços públicos, nomeadamente parques de diversão, jardins zoológicos, museus, entre muitos outros. “Brincar em espaços públicos é quebrar as regras, é invadir as emoções pessoais e sensibilidades de alguém sobre o que deveria ser, de outro modo anónimo, funcional e aborrecidamente quotidiano.” (McCormick, Carlo)
Com o objetivo de sublinhar o fenómeno “profissão-celebridade”, Banksy procedeu à troca dos CD de Paris Hilton por outras versões adulteradas, em que acrescentou frases como “Cada CD que você compra põe-me ainda mais distante da counidade”. Uma das ações com maior impacto foi a troca, nas notas de 10 libras, da Rainha Elizabeth pela Princesa Diana. A polémica gerada foi de tal ordem, que Banksy acabou por vende-las por 200 libras. Alguns dos seus trabalhos de contestação mais famosos foram feitos em Israel, quando pintou o muro que separa Israel da Cisjordânia, contrapondo a bonança israelita à miséria palestiniana. Para o artista, “todo o ‘graffiter’ precisa fazer uma peregrinação ao maior muro do mundo em algum momento de sua vida”.
Assim, Banksy faz parte do naipe de artistas audazes que recorrem à arte de rua como forma de manifestação/protesto: “A obscuridade de Banksy tira partido das necessidades de segurança e liberdade – que caracterizam aqueles em guerrilha – para ter independência moral e intelectual, reger-se por leis próprias, escolher sua conduta, e para romper com o domínio da individualidade autoral, em escala mínima, mas em alcance (co)letivo” (Schneedorf, José).
As críticas políticas e sociais, realçadas nos seus trabalhos em conjunto com a avaliação de todas as suas obras, designam o seu trabalho como um género de vandalismo. Nesse seguimento, criaram o termo “brandalism” para caracterizar o “vandalismo” exercido por Banksy.
A verdade é que nem todos percebem a essência das suas obras, existindo uma relação de amor/ódio para com o artista. “É comumente chamado de arte-terrorista, de artista de guerrilha, no que os termos comportem em nossos dias. Seu método é lacónico, objetivo; flui pela imediaticidade de mensagem. Denota imanência, ciência de si e autos suficiência.” (Schneedorf, José)
O seu objetivo é incitar à reflexão e à transformação de concessões, a partir de um modo de exposição único e de ações polémicas repletas de significação social. Desta forma, a sua constante ironia, audácia e feitio sorrateiro fazem de Banksy o artista desconhecido mais conhecido mundialmente.
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