Ariano suassuna, grande escritor brasileiro e perfeito humorista, nos fala, neste vídeo, vala-nos de uma peça teatral chamada “A vida é sonho”.
Na peça (La Vida es Sueño) o dramaturgo espanhol Pedro Calderon de La Barca estreiou em 1635, faz com que reflitamos sobre sobre a vida e a sua efemeridade, sua transitoriedade. A vida flui, é névoa, ilusão, sonho…
Fala sobre as desventuras de Segismundo, filho renegado de Basílio, rei da Polônia que, logo ao nascer, é trancado em uma torre em virtude de uma profecia que anunciou que a criança seria nefasta ao reino. Seu único contato com o mundo externo é Clotaldo, seu guardião e fiel servo de seu pai.
Ariano declama um trecho de Pedro Calderon, no qual o personagem Sigismundo fala sobre a Vida.
– Sonha o rico sua riqueza
que trabalhos lhe oferece;
sonha o pobre que padece
sua miséria e pobreza;
sonha o que o triunfo preza,
sonha o que luta e pretende,
sonha o que agrava e ofende
e no mundo, em conclusão,
todos sonham o que são,
no entanto ninguém entende.
– Eu sonho que estou aqui
de correntes carregado
e sonhei que em outro estado
mais lisonjeiro me vi.
Que é a vida? Um frenesi.
Que é a vida? Uma ilusão,
uma sombra, uma ficção;
o maior bem é tristonho,
porque toda a vida é sonho
e os sonhos, sonhos são.