Perder um filho é uma dor inimaginável, uma realidade que Katie Fraser enfrentou de maneira abrupta e devastadora. Aos 35 anos, Katie teve que enfrentar a morte de seu bebê apenas um dia após o nascimento, um evento trágico que ela acredita que poderia ter sido evitado.
Ela atribui essa perda dolorosa a falhas no sistema de saúde que negligenciaram seus graves sintomas durante a gravidez, ignorando seus apelos por ajuda.
Katie sofria de hiperêmese gravídica, uma condição severa que provoca náuseas e vômitos intensos, indo muito além do desconforto comum do primeiro trimestre. A gravidade de seu caso a levou a um estado de desnutrição crítica.
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Apesar de seus sintomas alarmantes e do evidente declínio em sua saúde, as respostas que ela recebia dos médicos eram surpreendentemente desdenhosas, frequentemente atribuindo seu sofrimento a crises de ansiedade.
O desfecho trágico ocorreu após uma cesariana de emergência, onde seu filho, Alexander, nasceu sem batimentos cardíacos. Embora os médicos tenham conseguido reanimá-lo, ele sobreviveu por apenas um dia.
“Se os médicos tivessem prestado atenção às minhas dificuldades para respirar e antecipado o parto, Alexander poderia estar aqui conosco hoje,” lamentou Katie numa entrevista ao The Sun.
Movida por sua experiência dolorosa, Katie agora se dedica a advogar por melhorias no reconhecimento e tratamento da hiperêmese gravídica nos hospitais britânicos.
“É vital que todas as unidades de maternidade ofereçam cuidados adequados e suporte para gerenciar essa condição incapacitante,” ela insiste, na esperança de prevenir outras perdas desnecessárias.
Katie e seu marido, Zander, descobriram que estavam grávidos em dezembro de 2021. Os sintomas de Katie começaram de maneira típica, com náuseas leves, mas rapidamente evoluíram para um quadro muito mais grave.
Em janeiro, ela não conseguia manter nenhum alimento no estômago. “Cada vez que comia, tudo voltava. Fui ao médico, que me prescreveu medicamentos para o enjoo, mas logo eles se mostraram ineficazes,” ela relata.
Seu estado de saúde deteriorou-se a ponto de impedir sua participação em eventos familiares e sociais, isolando-a em um ciclo de sofrimento e hospitalizações frequentes. “Minha vida se resumia a vomitar.
Pensei até em pedir demissão, pois estava profundamente afetando minha saúde mental,” Katie recorda, destacando a severidade de sua condição.
Em uma visita ao hospital, após uma crise de incapacidade para respirar, Katie foi erroneamente diagnosticada com um ataque de pânico, uma falha que ela acredita ter contribuído diretamente para o desfecho fatal. “Eu sabia que algo estava errado. Senti como se estivesse sufocando,” ela descreveu a sensação de desespero que sentiu.
Infelizmente, quando os médicos finalmente reconheceram a gravidade de sua condição, foi tarde demais. Alexander nasceu em estado crítico e, apesar dos esforços para salvar sua vida, não sobreviveu. “Ele era perfeito, parecia com o Zander. Mas o dano já estava feito,” disse Katie, com uma mistura de tristeza e amor ao lembrar de seu filho.
Após a tragédia, o NHS Glasgow e Clyde revisou o atendimento prestado a Katie e Alexander. O relatório apontou falhas no processo e destacou que a equipe médica não considerou a possibilidade de recorrência da cetoacidose, apesar de Katie ter sido previamente tratada por essa condição. “Essa foi uma oportunidade perdida de intervir mais cedo,” concluiu o relatório.
Hoje, Katie canaliza sua dor em ativismo, exigindo mudanças nos protocolos médicos para garantir que nenhuma outra família sofra como a dela. “Os sintomas de hiperêmese gravídica podem parecer comuns, mas não são normais. É crucial uma vigilância rigorosa,” conclui ela.
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