Aos 59 anos, a baiana Ana Lúcia Alves da Silva, realizou um antigo sonho da juventude: conquistar o diploma universitário e tornar-se professora.
Ana não teve a oportunidade de estudar quando criança e precisou se virar para não perder o contato com a leitura, uma vez que jamais teve apoio ou incentivo do pai.
Além disso, a baiana possui uma história fabulosa de vida, cheia de superações e reviravoltas. Quando mais nova, ela se alimentava de restos do lixo… Agora, é uma profissional graduada no ensino superior, mais especificamente, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde cursou Pedagogia.
Antes de mergulhar nos estudos, após décadas de dedicação à família, Ana Lúcia proveu a base para que sua filha alcançasse o diploma universitário.
Com muita dificuldade, conseguiu colocar a filha na faculdade de Direito. “Quando ela já estava quase formada pensei em começar a estudar”.
Após terminar a modalidade Educação Jovens e Adultos (EJA) enquanto trabalhava como faxineira e babá, a baiana prestou o Enem e passou em Pedagogia.
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“Um dia, minha filha me falou para eu fazer a prova para entrar em uma faculdade federal. Eu respondi que, se ela que tinha estudado tanto não tinha passado, imagine eu… meu sonho sempre foi cursar Pedagogia. Decidi fazer a prova, mas não acreditava que iria passar”, disse.
“Fiz as duas fases da seleção e fui aprovada. Como minha filha já estava formada, senti que ali era minha chance. Então, comecei a estudar na 1ª turma do curso de Licenciatura em Pedagogia EAD da Universidade Federal da Bahia (UFBA)”, comentou.
Sua vocação para a área pedagógica é antiga, diz ela. “Gostava de ensinar os adultos a ler e escrever. Eu ajudava meus vizinhos a escreverem o nome, ensinava a ler o letreiro do ônibus… Sempre tive essa vontade direcionada à educação”.
“Minha faculdade é uma conquista tão grande para mim que ninguém é capaz de avaliar. Só fico triste pensando se ainda vou conseguir dar aulas, se vai dar tempo de realizar esse sonho. Não fiz o curso só por fazer, quero ser a melhor professora”, completou Ana, segurando as lágrimas.
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Fonte: Amazônia sem Fronteira
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