Texto de Iara Fonseca publicado originalmente em Seu Amigo Guru
Aos 40 anos as mulheres se sentem mais inteiras, mais seguras, exalam uma sabedoria que vai além do que se pode e do que não se pode fazer. Elas cantam, dançam, se divertem, com uma pitada de responsabilidade, mas com muitas sensualidade
Se enchem de entusiasmo e se sentem livres para fazerem escolhas que antes, não se sentiam suficientemente maduras para apostarem. Porque se entendem que a feminilidade não está simplesmente onde se pode ver, mas sim, nas emoções e memórias que carregam no coração.
As mulheres de 40 lidam com a sexualidade de uma maneira singular. Não se importam tanto com o corpo, e com a performance, elas estão mais interessadas na intimidade, naquilo que pode preencher espaços aparentemente vazios, mas que na verdade, já estão completos pelo amor próprio que adquiriram no decorrer do tempo.
Sim, aquelas que chegaram aos 40 são mulheres diferentes. Mulheres que não agem de maneira descontrola por impulso, elas agora se dão o direito de aproveitar mais a vida, de estender um bom papo impondo intenções afetivas ou apenas para satisfazer um desejo, sem culpa, sem expectativas irracionais, sem amor de mentira.
Elas são o que são, e se sentem empoderadas, e foram descritas de forma genial pelo poeta e escritor Fabrício Carpinejar nesse texto de 2014, publicado pela IstoÉ, e que eu disponibilizarei aqui para vocês que estão nessa fase incrível que é ter mais de 40.
Leiam o texto na íntegra, tenho certeza que concordarão comigo que essa é uma das melhores leituras sobre o que acontece com uma mulher de 40.
“A mulher de 40 não diminui o ritmo da intimidade.Pode ler um livro com a intensidade de um momento íntimo. Pode assistir um filme e conversar com a mesma intensidade. Ela não tem um momento para a sensualidade, a sensualidade é todo momento.
Tomar o café da manhã não é apenas um desjejum, tem a sua identidade, o seu ritual, um refinamento da história de seus sabores. Tomar o café da manhã com uma mulher de 40 anos é participar de sua memória, de suas escolhas.
Ela não precisa mais provar nada. Já sofreu separações, e tem consciência de que suporta o sofrimento. Já superou dissidências familiares, e tem consciência de que a oposição é provisória. Já recebeu fora, deu fora, entende que o amor é pontualidade e que não deve decidir pelo outro ou amar pelos dois.
A mulher de 40 anos, cansada das aparências, cometerá excessos perfeitos. É mais louca do que a loucura porque não se recrimina de véspera. É ainda mais sábia do que a sabedoria porque não guarda culpa para o dia seguinte.
A beleza se torna também um estado de espírito, um brilho nos olhos, o temperamento. A beleza é resultado da elegância das ideias, não somente do corpo e dos traços físicos.
Encontrou a suavidade dentro da serenidade. A suavidade que é segurança apaixonada, confiança curiosa.
O riso não é mais bobo, mas atento e misterioso, demonstrando a glória de estar inteira para acolher a alegria improvisada, longe da idealização, dentro das possibilidades.
Não existe roteiro a ser cumprido, mapa de intenções e requisitos.Há a leveza de não explicar mais a vida. A leveza de perguntar para se descobrir diferente, em vez de questionar para confirmar expectativas.
A mulher de 40 é a felicidade de não ter sido. É a felicidade daquilo que deixou para trás, daquilo que negou, daquilo que viu que era dispensável, daquilo que percebeu que não trazia esperança.
Seu charme vai decorrer mais da sensibilidade do que de suas roupas.
O que ilumina sua pele é o amor a si, sua educação, sua expressividade ao falar.
A beleza é vaidosa da linguagem, do bom humor. A beleza é vaidosa da inteligência, da gentileza.
Depois dos 40 anos não há depois, é tudo agora.
*Texto de Fabrício Carpinejar – Publicado na Revista Isto É Gente – Março de 2014 p. 50 – Ano 14 Número 706
A beleza da mulher de 40 é o seu diferencial, carrega nas linhas e expressões bem mais do que uma jovialidade vazia, porque ela se sente mais completa, mesmo acreditando que ainda precisa conquistar e aprender muita coisa, sabe, que já tem dentro de si, uma bagagem valiosa, que não se pode medir, não se pode tocar, mas se pode sentir.
E você, como se sente com 40 anos, nós queremos saber!
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