Aos 105 anos, Vô Bernardo esbanja disposição e vitalidade trabalhando em supermercado de MG

José Bernardo da Silva, conhecido como “Vovô Bernardo”, mora em Pouso Alegre, Minas Gerais e tem 105 anos.

Mesmo na idade avançada, ele ainda trabalha em um supermercado desde 2009 e é provável ser uma das pessoas mais velhas com carteira de trabalho ativa no Brasil.

Todos os dias, ele acorda cedo, toma café e vai para o trabalho. Muito dedicado, o senhorzinho está sempre disposto a ajudar os clientes. Seu Bernardo se sente muito feliz com sua rotina e diz que não trocaria por nada.

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Sem dúvida, disposição de sobra para alguém que no próximo mês de junho, vai completar seu 105º aniversário (ele nasceu em 1918).

“Levanto, lavo a cara, como dizia minha avó, vou fazer um café, nós tomamos e fico sentado esperando o horário de ir para o serviço”, contou ele ao portal Terra de Mandu.

Seu Bernardo chega no primeiro horário, por vezes antes mesmo da loja abrir. Lá, coloca rapidamente o uniforme e se oferece para ajudar a clientela.

“Chego aqui e já olho se tem carrinho, vou juntando e coloco no lugar certo, essas cestinhas que ficam abandonadas por aqui e por ali eu junto tudo, ponho no lugar, volto e pego mais. É desse jeito, o dia inteirinho”, disse.

No trabalho, o idoso é carinhosamente chamado de ‘Vô’ pelos demais funcionários.

“Meu irmão já havia encontrado ele várias vezes, varrendo rua e depois encontrou em uma instituição trabalhando de servente de pedreiro. Aí nós trouxemos ele para cá, convidamos ele a trabalhar e ele aceitou e está aí conosco”, lembrou Carlos Magno Fonseca, sócio do supermercado e grande admirador de Bernardo.

“Com 10 anos já trabalhava com a minha mãe ajudando ela no retiro de leite para fazer queijo. Daí para frente fui para a roça trabalhar com os meus tios, para apanhar café. Foi indo desse jeito, melhorando um pouquinho, mas, sempre ganhando pouco”, complementou o empresário.

Bernardo é viúvo e já perdeu sete dos seus treze filhos. Ele viveu na roça por boa parte de sua vida e não teve a chance de estudar, então só sabe ler e escrever o seu próprio nome.

Seu primeiro emprego oficial em Pouso Alegre foi na Sociedade Brasileira de Eletricidade na década de 1970.

“Trabalhei na SBE, numa puxando fio no mato, montando as torres, de lá de São Paulo para cá. Fui até Araguari e lá terminando o serviço vim embora para casa. Trabalhava na roça, de retireiro, para aqui e para ali e até que hoje graças a Deus estou trabalhando no mercado”.

Para Bernardo, a coisa mais importante em sua vida hoje é o trabalho, cuja renda complementa o que já ganha na aposentadoria do INSS.

“Porque a gente trabalhando a gente tem o dinheirinho para comprar as coisas para beber, para vestir, para remédio. Eu gosto de trabalhar, estar no meio do pessoal, a gente diverte um pouco. E quando chega em casa a gente está mais alegre porque ganhou o dinheiro para sustentar a família”, disse.

“A hora que eu não puder trabalhar mais não sei o que eu arrumo, com a aposentadoria que se ganha é pouco e tem que pagar aluguel, água e luz. A aposentadoria ajuda um pouquinho, mas, não é tanto não”, lamentou o idoso.

Os clientes frequentes que vão ao supermercado nunca o viram parado. Bernardo está sempre em movimento, procurando algo para fazer, seja juntando carrinhos ou varrendo a entrada do supermercado.

“Tem que obrigar ele a tirar férias de tanto que ele gosta daqui e trabalha direitinho até hoje, não tem limitação. Trabalha melhor até que muitos jovens”, afirmou Carlos.

“Ele é uma lição de vida para todo mundo, porque geralmente o pessoal aposenta e quer ficar em casa, fazer outras coisas e ele optou em continuar trabalhando. Ele é uma belezinha, é muito educado, prestativo, é uma pessoa excelente. 105 anos de vida não é qualquer um, e muito menos trabalhando igual a ele”, diz Neiza Costa, que frequenta a loja toda semana.

“O senhor Bernardo é uma inspiração para nós, porque ele é de idade, já passou por muita coisa, já trabalhou quase a vida toda e está firme e forte todos os dias, não para um minuto, é uma inspiração para todos nós da empresa. Principalmente para mim”, afirmou o Guilherme, jovem de 19 anos que trabalha como operador de caixa ao lado do idoso.

Embora Bernardo tenha idade avançada e tenha passado a vida trabalhando, ele afirma que seu maior desejo é continuar trabalhando, manter-se ativo e independente. Ele disse: “Enquanto Deus me der força para andar, eu quero trabalhar. Ficar parado não é para mim.”

Disposição de sobra!!!

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Fonte: Terra do Mandu

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