Ao longo do século 20, uma época marcada por contrastes, raras foram as ocasiões em que a beleza não precisou se socorrer da força para que um terceiro sentimento, vital à existência, pudesse emergir. O filme dirigido por Ralph Fiennes retrata de maneira ímpar a jornada de um homem que soube unir a pulsão de vida, a determinação para superar adversidades e a obstinação em perseguir seus sonhos, ultrapassando obstáculos até mesmo a morte, em busca do que considerava digno para sua trajetória, começando muito antes de se tornar objeto de discussão pública.
Em “O Corvo Branco”, o roteiro de David Hare inicia com dois homens ascendendo rapidamente as escadas da sede da KGB, apresentando um encontro inusitado entre uma figura fundamental na vida de Rudolf Nureyev e seu algoz, num debate sobre os verdadeiros intentos do bailarino, símbolo da dança clássica russa, que emergiu da opressão stalinista para adentrar a era comunista. O filme retrata os momentos de aprisionamento mental sob Nikita Khrushchov, bem como o instante marcante em que Nureyev pousa em Paris, em 1961, e sente os ventos da mudança que ansiava desde a infância em Ufá.
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A fotografia de Mike Eley destaca esses contrastes, mostrando a transição do cinza opressor de sua terra natal para o colorido vibrante de uma França repleta de castelos e óperas suntuosas, onde Nureyev se depara com novos desafios e emoções.
Fiennes utiliza um elaborado flashback para esclarecer aspectos cruciais do enredo, reservando o epílogo para justificar a presença de figuras como Alexander Ivanovich Pushkin e Konstantin Sergueiévitch. O protagonismo recai sobre o bailarino ucraniano Oleg Ivenko, cuja estreia no cinema expõe sua potência física e talento, refletindo o próprio início da carreira de Nureyev e conduzindo os espectadores por uma jornada que culmina em um desfecho simbólico envolvendo uma figura feminina crucial para seu destino.
Apesar de alguns aspectos da interpretação de Ivenko ainda carecerem de maturidade técnica, sua bagagem no mundo do balé empresta graça ao personagem, destacando a personalidade singular e selvagem do artista que encontrou seu lugar no mundo. As cenas revelam a natureza indomável do bailarino, cujas escolhas atraíram a atenção implacável dos líderes bolcheviques.
A sequência em que Sergueiévitch confronta Nureyev em Le Bourget, ao término de uma turnê parisiense, destaca a presença de Clara Saint, personagem crucial diluída ao longo da projeção. O auxílio de Saint desempenha um papel vital na trajetória do bailarino, mantendo-o no rumo necessário. Nureyev permaneceu na França por mais de duas décadas, retornando à Rússia em circunstâncias diferentes, mas ainda sob o jugo comunista, para o funeral de sua mãe, antes de se despedir da vida aos 54 anos, em 1993.
A vida de Rudolf Nureyev transcende os palcos, revelando um homem que, mesmo após a morte, permaneceu maior do que a arte que o consagrou.
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Fonte: Papo de Cinema
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