“Eles querem o nosso carinho, o nosso amor, a interação com a gente”, comenta Anderson Silva souza ao G1. Adestrador há oito anos, teve a ideia de ensinar cães de rua depois de adotar seu primeiro cachorro, o Xirú.
Com os exercícios ensinados por Anderson os cães deixam de ser agressivos, socializam melhor com as pessoas e com outros animais de rua e, de acordo com o adestrador, já até ajudaram a impedir assaltos na cidade, no Sul do RS.
Para adestrar os cães, Anderson conta que precisa ganhar a amizade deles. “Isso é uma coisa bem difícil às vezes, porque ele já tem um trauma… Eles aceitam o carinho, aceitam a comida, mas eles não querem te seguir realmente”, diz.
Essa parceria vem aos poucos, com trabalho e paciência. Um dos ensinamentos de Anderson aos cães é atravessar a rua com segurança.
“Eu já recolhi vários cães atropelados que eu não consegui salvar. Eles passavam na frente dos ônibus e eles não viam os carros que vinham porque o ônibus estava estacionado, e aí aconteciam os atropelamentos”, lembra.
“A gente tem que amar eles como a gente ama o nosso próximo, porque eles não querem nada da gente, não querem nosso dinheiro, não querem a nossa roupa, eles não querem nada superficial. Eles querem a gente”, resume o adestrador.
Pelo Brasil afora várias ONGs em defesa dos animais se organizam, algumas delas chegam a resgatar animais de rua para castração e adoção, mas infelizmente esses trabalhos geralmente acontecem sem qualquer apoio do poder público e de maneira que a população de animais de rua permaneça sempre em níveis altos. Trabalhos pioneiros como o de Anderson bem que poderiam inspirar outros semelhantes pelo país…
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