Psicologia e Comportamento

A didática do afeto: o amor como forma de ensinar

Por Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista

Esse tema é diferenciado e pode ser introduzido no currículo escolar das nossas escolas públicas e privadas. E para refletir sobre isso – utilizo as ideias – de quatro teóricos da educação, que nos fornecem o conhecimento para aprender a didática do afeto, ou seja, o amor como jeito de ensinar.

O psiquiatra chileno, Cláudio Naranjo, destaca que quando há amor na forma de ensinar, o aluno aprende mais facilmente qualquer conteúdo. Segundo Naranjo investir numa didática afetiva é a saída para estimular o autoconhecimento dos alunos, sobretudo, de crianças e adolescentes, formando seres autônomos e saudáveis.

Nessa perspectiva, o papel do educador é levar o aluno a descobrir, refletir, debater e constatar. Para isso, é essencial estimular o conhecimento de si mesmo, respeitando as características de cada um. Tudo é mais efetivo quando a criança entende o que faz mais sentido para ela.

No ponto de vista didático, os nossos educadores devem ser mais amorosos, afetivos e acolhedores, como um modo mais eficaz de ajudar – todos os alunos – não só os melhores a realmente aprender e assim mudar o mundo.

Nesse contexto, lembra Naranjo, precisamos de uma mudança da consciência e o melhor caminho é a transformação da educação, por meio de uma nova formação de educadores orientada não só para a transmissão de informações, mas para o desenvolvimento de competências existenciais.

O psicanalista, americano, Erich Fromm, afirma que a resposta madura para o problema da existência é o amor. Sendo assim, o amor pode ser ensinado nas escolas, de maneira maturada e consciente, pois o amor é acima de tudo a preocupação ativa pela vida. É o cuidado de promover o crescimento daqueles que amamos.

Na visão de Fromm, a escola pode ser transformada em um local adequado para ensinar o amor, na mesma medida que se estuda música, pintura, carpintaria, escrita ou arquitetura. Aprender amar requer prática, maestria e uma ação contínua, pelo qual o esforço e o bom trabalho não deixam nada ao acaso ou à sua sorte.

O neurocientista, português, António Damásio, alerta que é necessário educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros, porque se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros. Damásio avalia que a vida emocional e sentimental são provocadora da nossa cultura, de conflito ou de cooperação, que é a base fundamental e estrutural de vida.

Na mesma linha de pensamento o filósofo, francês, Edgar Morin, constata que a verdadeira crise é uma crise de relações humanas, uma incapacidade de constituir verdadeiras relações afetivas, um mal antigo, que se tornou uma crise insustentável.

Portanto, com base nesse conhecimento, podemos concluir que a escola é o melhor ambiente para desconstruir a cultura do “desamor”, onde a didática do afeto pode ensinar amar, como método de conhecermos a nós mesmos e para conhecermos os outros.

Texto originalmente publicado na Resiliência Mag

Revista Pazes

Uma revista a todos aqueles que acreditam que a verdadeira paz é plural. Àqueles que desejam Pazes!

Recent Posts

Quem está jogando o bebê?

Quem está jogando o bebê? 1 ou 2? Repare bem na imagem para poder descobrir!…

6 horas ago

Gracyanne expõe traumas MUITO DOLOROSOS no BBB 25 e Belo pede “respeito”

Confinada no BBB 25, Gracyanne Barbosa emocionou os participantes e o público do reality show…

2 dias ago

Teste de PERCEPÇÃO: o gato está subindo ou descendo as escadas? Sua resposta diz muito sobre você

Duvido que você não conheça alguém que goste de testes de personalidade. Hoje vamos trazer…

3 dias ago

Pais descobrem vida secreta do filho após sua morte – e a verdade vai te arrepiar

Mats Steen parecia viver uma vida limitada por causa da Distrofia Muscular de Duchenne, doença…

2 semanas ago

Médicos fazem triste revelação sobre retorno à Terra de astronautas da NASA presos no espaço após 9 meses

O que era para ser uma missão rápida se transformou em uma longa temporada para…

2 semanas ago

Após “Ainda Estou Aqui”, conheça próximo filme de Fernanda Montenegro

Depois de brilhar em Ainda Estou Aqui, filme que levou o Oscar 2025 de Melhor…

2 semanas ago