O fracasso de bilheteria com Morgan Freeman que se transformou em filme amado agora está no streaming
O fracasso de bilheteria com Morgan Freeman que se transformou em filme amado agora está no streaming

Lançado há três décadas, o filme “Um Sonho de Liberdade” chegou aos cinemas como uma aposta promissora. Com uma história adaptada do escritor best-seller Stephen King e estrelado por talentos de peso como Tim Robbins e Morgan Freeman, o longa parecia ter tudo para cativar o público.

No entanto, contrariando as expectativas, ele inicialmente enfrentou uma recepção fria nas bilheterias. Hoje, “Um Sonho de Liberdade” é um dos filmes mais celebrados da história, desfrutando de um status de clássico entre os espectadores e finalmente disponível para streaming.

A base para o enredo veio da coletânea de King chamada “Quatro Estações”, na qual outro conto, “Outono da Inocência”, também foi transformado em um filme de sucesso nos anos 80, “Conta Comigo”.

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Vendo potencial cinematográfico na trama sobre resiliência e amizade entre dois prisioneiros, o roteirista e diretor Frank Darabont decidiu adquirir os direitos da história ainda nos anos 80. Darabont descreveu o material como “tocante e natural para uma adaptação”, o que o motivou a investir no projeto.

A trama gira em torno de Andy Dufresne, um banqueiro injustamente condenado por assassinar sua esposa e o amante dela. Na penitenciária de Shawshank, ele constrói uma amizade inesperada com Red (Morgan Freeman), um prisioneiro experiente.

No cenário brutal da prisão, onde a esperança parece uma palavra proibida, os dois personagens formam uma aliança que desafia as condições opressivas. Para trazer essa atmosfera ao filme, Darabont escolheu o sombrio Reformatório do Estado de Ohio, uma prisão desativada e conhecida por seu passado de abusos, o que emprestou uma sensação de autenticidade e peso emocional à narrativa.

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Além da ambientação imersiva, o elenco foi escolhido a dedo. Tim Robbins, aclamado pela atuação em “O Jogador”, e Morgan Freeman, que recentemente tinha aparecido no premiado “Os Imperdoáveis”, formaram a espinha dorsal da trama.

O filme, então, chegou aos cinemas com altas expectativas e aplausos nas exibições de teste, que deixavam a equipe otimista. Liz Glotzer, produtora do longa, descreveu as sessões de teste como “as melhores que já tivemos”. O otimismo era evidente; tudo parecia pronto para um sucesso. Mas o destino tinha outros planos.

O lançamento de “Um Sonho de Liberdade” coincidiu com a estreia de gigantes do cinema, incluindo “Forrest Gump”, estrelado por Tom Hanks, e “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino. Ambos os filmes eram fenômenos culturais, e competiram duramente pelo público, roubando a atenção que o drama de Darabont precisava para brilhar.

Os diálogos icônicos e a intensidade visual desses concorrentes os tornaram praticamente irresistíveis, enquanto o enredo intimista e mais sombrio de “Um Sonho de Liberdade” acabou sendo ofuscado.

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Outro fator que pode ter contribuído para o fracasso inicial do filme foi seu título, “The Shawshank Redemption”, que causou confusão entre o público. Morgan Freeman comentou, anos depois, que muitas pessoas sequer conseguiam lembrar o nome.

Em uma entrevista ao “The Graham Norton Show”, ele compartilhou um episódio em que uma fã o abordou dizendo ter amado o filme, mas ao chamá-lo de “The Hudsucker Reduction”. A falta de reconhecimento pelo título acabou se mostrando um entrave significativo na promoção do filme.

Com uma arrecadação abaixo do orçamento, a recepção no cinema foi um baque para a produção. Entretanto, o filme não terminou sua jornada nos cinemas, pois logo foi lançado no mercado de vídeo doméstico. Em VHS, “Um Sonho de Liberdade” começou a ganhar vida nova.

O público que não o viu nas telas descobriu a história nas locadoras, e a resposta foi completamente diferente. O boca a boca se espalhou rapidamente, e o filme logo se tornou o título mais alugado de 1995. Darabont comentou, em uma entrevista de 2004, que o sucesso no vídeo foi um verdadeiro renascimento.

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A TV a cabo também desempenhou um papel essencial na disseminação do filme. Na década de 1990, canais de televisão passaram a exibir “Um Sonho de Liberdade” com frequência, e isso contribuiu para sua consolidação como um clássico moderno.

O público foi cativado pela resiliência de Andy e pela amizade com Red, e o boca a boca que antes parecia impossível finalmente ganhou tração. O filme passou a aparecer em listas dos melhores filmes e conquistou uma nova geração de espectadores.

Com o avanço da internet nos anos 2000, os debates e interpretações sobre o filme tomaram força. Fãs desenvolveram teorias sobre o simbolismo na obra, com alguns interpretando Andy Dufresne como uma figura de inspiração religiosa, representando a superação e o sacrifício.

Outros discutiam o filme como uma alegoria existencialista, explorando o sentido da liberdade em meio ao confinamento. Darabont nunca negou as múltiplas camadas de interpretação, mas revelou que algumas leituras o surpreendiam. Ele comentou sobre uma teoria em particular, na qual os doze homens que Andy ajuda a educar simbolizariam os doze apóstolos. “Nunca pensei nisso”, confessou.

A aceitação de “Um Sonho de Liberdade” entre os fãs chegou a tal ponto que, em 2015, o filme foi incluído no Registro Nacional de Filmes dos EUA pela Biblioteca do Congresso. Esse reconhecimento formal reforçou a importância da obra e honrou o apoio contínuo dos fãs que o mantiveram vivo ao longo dos anos. Para Darabont, esse apoio sempre foi uma recompensa valiosa, e ele expressou profunda gratidão ao público.

Atualmente, o filme lidera a lista dos 250 melhores filmes do IMDb, votada pelos próprios espectadores. Sua posição no topo reflete não só a resiliência do enredo, mas a transformação de “Um Sonho de Liberdade” em uma obra que toca o coração de diferentes gerações. Disponível em streaming, o filme continua a inspirar e a provocar reflexões sobre o significado da esperança e da liberdade.

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.